terça-feira, 30 de junho de 2009

Contação de histórias

Durante o mês de junho, os funcionários da Biblioteca Paulo Leminski realizaram várias contações de histórias tendo como tema as festas juninas.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Dica de leitura

Em Desvarios no Brooklin (Paul Auster), Nathan Glass está prestes a completar sessenta anos, doente, aposentado compulsoriamente e recém-separado, só quer achar um lugar tranquilo para morrer. O reencontro com seu sobrinho, porém, lança Glass e sua família numa história repleta de reviravoltas e aventuras, que trazem a marca de Paul Auster, um dos grandes escritores americanos da atualidade.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Dicas culturais

Apresentamos algumas sugestões da programação cultural gratuita da cidade de São Paulo. Aproveitem!



Teatro


Diversas peças em cartaz na cidade de São Paulo participam da Festa do Teatro, evento que distribui ingressos gratuitos. A programação completa e os locais para retirada dos convites estão disponíveis no sítio www.festadoteatro.com.br.



Shows


Uma toada para João e Maria, o amor segundo Chico Buarque

Espetáculo apresentado por William Guedes, Lilian de Lima, Rodrigo Mercadante e Aloísio Oliver. As canções de Chico são entremedas por citações de nomes como Oscar Wilde e Adélia Prado.
Quando: 30/06 (terça-feira) às 19h30. 90 min.
Onde: Centro Cultural Alumni - R. Brasiliense, 65 - Jardim Caravelas. Tel.: 5644-9733.



Dança


Núcleo Cinematográfico de Dança
Jam session de dança, onde Mariana Sucupira e Maristela Estrela recebem os coreógrafos Alex Ratton e Aguinaldo Bueno para uma improvisação que reflete sobre as imagens que os bailarinos criam enquanto dançam.
Quando: Sábado às 18h30. Até 27/07.
Onde: SESC Pinheiros - Pça. de eventos - R. Paes Leme, 195 - Pinheiros. Tel.: 3095-9400.



Concertos



Música no Museu

O Ensemble Brasileiro Bissambablazz é a atração da série nesta semana, com seu mix de bossa nova, música erudita e jazz. Formado por 15 músicos, o conjunto toca Villa-Lobos e Magno Bissoli, entre outros compositores.
Quando: Domingo às 11h. 60 min. Até dezembro.
Onde: Museu da Casa Brasileira - Av. Brigadeiro Faria Lima, 2705 - Jardim Paulistano. Tel
.: 3032-3727.

Orquestra Jovem do Estado
Sob a regência de João Maurício Galindo, a orquestra recebe a solista Adriana Clis para interpretar peças de Mahler, Villa-Lobos, Guarnieri e Lalo.
Quando: Domingo às 11h. 60 min.
Onde: Teatro São Pedro - R. Barra Funda, 171 - Barra Funda. Tel
.: 3667-0499.



Exposições


Fotografia em Revista

Com trabalhos fotográficos de Araquém Alcântara, Otto Stupakoff e German Lorca, reúne uma amostra das imagens mais emblemáticas já publicadas em revistas da editora Abril.
Quando: Terça-feira a sexta feira das 10h às 20h; Sábado e domingo das 13h às 17h. Até 12/07. Não recomendado para menores de 16 anos.
Onde: FAAP - R. Alagoas, 903 - Higienópolis. Tel.: 3662-7233.

Amilcar de Castro e Willys de Castro
Com a curadoria de Lorenzo Mammi, estão expostos 340 objetos, entre estudos de logotipos, revistas, maquetes e vestidos, além de pinturas e esculturas produzidos pelos dois artistas.
Quando: Terça-feira a sábado das 10h às 18h; Domingo das 12h às 17h. Até 02/08.
Onde: Instituto de Arte Contemporânea (IAC) - R. Maria Antônia, 258 - Vila Buarque. Tel.: 3255-2009.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Dica de leitura

Uma longa queda (Nick Hornby) conta a história de quatro pessoas que se encontram por acaso no terraço de um dos maiores prédios de Londres, na noite de ano-novo, com a intenção de se suicidar. Desesperados mas sem determinação suficiente para pular, Martin, um apresentador de televisão que viu a carreira desabar depois de se envolver em um escândalo, Maureen, uma senhora solitária cuja vida se resume a cuidar do filho que há quase duas décadas se encontra em estado vegetativo, JJ, um músico americano fracassado que sobrevive entregando pizzas, e Jess, a desequilibrada e passional filha do ministro da Educação, começam então uma tragicômica busca por algum motivo para viver, ou pelo menos por alguma desculpa para adiar a morte iminente. Quando os quatro descem para procurar o namorado de Jess, uma improvável comunhão se forma entre eles. Neste quarto romance, Nick Hornby assume a difícil e aparentemente contraditória tarefa de abordar um tema denso de modo leve e irônico. O resultado é que, aturdido com a trágica e absurda situação, o leitor não sabe se ri ou chora, se sente pena ou raiva, completamente preso ao rodamoinho de emoções criado por Hornby. O romance é todo narrado em primeira pessoa pelos quatro aspirantes a suicidas, que descrevem suas experiências e seus pensamentos de modo absolutamente diferente uns dos outros. É notável como o autor consegue mudar drasticamente a voz narrativa sem, em nenhum momento, ser pouco convincente, encarnando com maestria quatro personalidades distintas.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Não abrace táxi, junte com cambito

Coluna de Ignácio de Loyola Brandão publicada em O Estado de S. Paulo em 19/06/2009.

Se alguém pedir: por favor, pode me destentar este cheque, e se você souber que o sujeito é farinha de cruzeiro, destente. Se tiver dinheiro, tudo bem, é .tarefa que você pode realizar sem abraçar táxi. Vai ser como juntar com cambito. E se avistar um homem usando bosoroca não estranhe, ele é homem mesmo. Ao ouvir "cuida, menina", não se preocupe. Agora, saindo por aí, cuidado com as peremas. Grande e vasto é o Brasil, digo sempre, sem medo do clichê. Porque é mesmo.

Felizmente, viajar por causa da literatura tem me ajudado a conhecer o País e, principalmente, descobrir as múltiplas variações de nossa língua. Vou incorporando aos meus caderninhos os vocabulários locais, além de trazer dicionários regionais. Destentar é descontar. Abraçar táxi é trabalho difícil (diga tachi e não táxi), é sofrer. Bosoroca é uma bolsinha onde se carregam cartuchos. Cuida, menina significa se apresse, avie-se! Farinha de cruzeiro é gente boa, confiável, enquanto juntar com cambito é coisa fácil de fazer. Peremas são mulheres dadas, oferecidas, assanhadas e até mais do que isso.

Aos dicionários de gauchês e epernambucanês já acrescentei o baianês e o cearês. Agora tenho o acreano, do Gilberto Braga de Mello, delicioso. Gilberto, como todo acreano, firma pé. Apesar da reforma ortográfica, os acreanos, com E, se recusam a se tornar acrianos, com I. Que se mantenha o E, clamam, indignados. Ouçamos, minha gente, essas vozes distantes, elas não estão separadas do Brasil.

Eu tinha saído de minha palestra no auditório da Filmoteca que está acoplada à Biblioteca Estadual, uma preciosidade encravada no centro de Rio Branco, a capital. Um edifício moderno, funcional, com grandes janelas, muita luz, internet com acesso grátis, chão sofisticado com ladrilhos hidráulicos, originais, vindos do antigo prédio que havia no lugar. Uma das mais belas bibliotecas que vi no Brasil, opinião compartilhada por um especialista de gabarito, José Castilho Marques Neto, que comanda o Plano Nacional do Livro e Leitura e, encantado, não se cansou de fotografar tudo. Os acreanos (com E) estão dando uma lição ao Brasil em matéria de biblioteca.

A biblioteca fica de frente da praça onde aconteceu a primeira Bienal da Floresta do Livro e da Leitura, nome poético, para um evento ocorrido em 35 stands de livrarias e editoras, além do uso de auditórios por toda a cidade. A ideia da Bienal foi do jovem governador Binho Marques, que convidou Pedro Vicente Costa Sobrinho, um potiguar naturalizado acreano, e Helena Carloni, que dirige a bela (repito) biblioteca. Juntou-se a eles Daniel Zen, presidente da Fundação Cultural. E tudo aconteceu.

O homenageado foi uma figura singular e sempre bem-humorada, o contador de histórias e artista plástico Francisco Gregório Filho, cuja figura lembra um patriarca com sua barba branca e magreza de um asceta. Um homem que há meio século batalha pela cultura acreana, tendo sido várias vezes presidente da Fundação Cultural do Estado. Acreanos são Chico Mendes, Marina Silva, Armando Nogueira, João Donato, Glória Peres. Cerca de 40 escritores agitaram a semana, entre eles Luiz Ruffato, Marcus Acioly, Marcio de Souza, Fernando Monteiro, Luiz Galdino, Nelson Patriota, Jorge Tufic, Fabio Lucas, Homero Fonseca, Jomard Muniz de Britto, Alexei Bueno, Gilberto Mendonça Telles. Tudo bancado pelo governo. Clodomir Monteiro, presidente da Academia Acreana de Letras, nomeou a Fabio Lucas e a mim membros correspondentes da AAL. Somos de lá e somos de cá. Academias se abrem umas as outras.

"Olhe para cima, verá isso apenas aqui", dizia Val Fernandes, fotógrafa que dia e noite, sem parar, registrou cada mo mento, cada pessoa, cada gesto na Bienal. Às margens do Rio Acre, um céu turquesa, de filmes orientais, numa cor que nenhum impressionista conseguiria produzir, estendia-se avassalador sobre nós, enquanto cervejas geladas e empadas enormes chegavam à mesa deste bar do Mercado Velho, construído em 1929, e recém-restaurado. Para um lado, as águas seguem em direção ao Rio Purus, que penetra no Peru. Pelo outro, vão em direção à Bolívia, marcando fronteira em longa extensão. O poeta Naylor George, apaixonado pela sua cidade, conhecedor de cada canto, cada prédio, cada rua, cicerone dedicado, me diz que daqui é mais fácil chegar a Machu Picchu que a São Paulo. Aqui estamos mais próximos dos incas e maias, se quisermos nos exceder na imaginação.

No rio, lá embaixo, catraias navegavam de uma margem à outra. Custa 50 centavos a travessia. Foi lembrado o tempo em que havia dois cinemas na cidade, um no Primeiro, outro no Segundo distrito. Um dos ricos, outro dos pobres. Em Rio Branco pode-se dizer que, como em Paris, há rive gauche e rive droite. O filme era o mesmo nos dois cinemas, as sessões começavam com diferença de horários. Assim, terminado o primeiro rolo em um, o catraieiro Goiaba, figura popular, agarrava a lata e corria, atravessava o rio, no braço, a remo, entregava no cinema. A sessão inteira era ir e vir. Dias de enchente, águas revoltas, sofria o pobre Goiaba. Dizem que ele nunca trocou um rolo.

Depois de visitar o mercado de verduras e frutas (que nada tem a ver com o mercado antigo, tombado), onde se pode comprar a banana comprida (cada uma tem entre 30 e 40 centímetros), a farinha de mandioca amarela, a pimenta ou castanhas do Pará preparadas artesanalmente, saborosas, atravesse para o Segundo Distrito e percorra as casas e lojas restauradas que pertenceram aos sírios libaneses, primeiros comerciantes na fundação da cidade. Caminhe pelo calçadão à beira rio cheio de bancas de flores amazônicas, entre elas a uirapuru e a caatinga de mulata e de mangueiras centenárias tombadas pelo Patrimônio.

Aqui, nos idos 900, ancoravam os batelões e as chatas que traziam mercadorias da Europa para os ricos (as mulheres usavam vestidos com alças de ouro), que frequentavam o fechadíssimo Tentamen, clube da elite; restaurado em todo o seu esplendor, hoje é alugado para festas e eventos. Ainda existem exemplares gigantes do apui, árvore cuja seiva os índios usavam para colar ossos fraturados. Vá até a gameleira imensa onde a cidade se iniciou. Diante do rio, o bar do Grassil Roque com um caldinho de feijão fervente de explodir a língua. Ao lado, na Varanda do Porto, do Telmo, bebe-se cerveja em mesas quase lançadas ao espaço sobre o Rio Acre.

Em frente, uma das dezenas de Casas de Leitura (com centenas de poesias pregadas nas portas e paredes) que a cidade possui, que acolhe principalmente crianças. Além dessas casas, pelos parques espalham-se os quiosques com bibliotecas que o povo utiliza a granel nos fins de semanas, feriados, fins de tarde. Admirado com a noite fresca? São os ventos que sopram da Cordilheira dos Andes, na crendice popular.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Dica de leitura

No Japão da Segunda Guerra, um triângulo amoroso envolve Michiyo, Jokichi e Masukichi - uma moça de boa família, um filho de industrial e um ator de kyogen, o teatro cômico japonês. À primeira vista, isso é tudo que Setsuko, a dona do restaurante japonês, tem a contar ao narrador de O sol se põe em São Paulo, de Bernardo Carvalho. Mas logo a trama se complica e se desdobra em outras mais, passadas e presentes, que desnorteiam o narrador involuntário, agora compelido a um verdadeiro trabalho de detetive para completar a história em que se viu enredado. Pois o relato de Setsuko aponta para além do desejo, da humilhação e do ressentimento amorosos, e se vincula aos momentos mais terríveis da História contemporânea - tanto do Japão como do Brasil. Obra sem fronteiras, que une a Osaka de outrora à São Paulo de hoje, e esta à Tóquio do século XXI, o romance de Bernardo Carvalho entrelaça tempos e espaços que o leitor julgaria essencialmente separados - e nos quais a prosa de ficção brasileira não costuma se arriscar. Caberá ao narrador transitar de um pavilhão japonês no bairro do Paraíso a um cybercafé na Tóquio pós-moderna, das fazendas do interior de São Paulo aos campos de batalha da guerra no Pacífico. Tudo a fim de desvendar uma trama tortuosa, que envolve ainda um soldado raso, um primo do imperador e um escritor famoso (o romancista Junichiro Tanizaki) - e também sua própria pessoa, sua própria identidade - pária ou escritor?

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Biblioteca e cidadania

Artigo de Anna Verônica Mautner publicado na Folha de S. Paulo de 18/06/2009.

Já houve tempos em que a biblioteca exerceu a função de espaço para constituição de cidadania. Lá os jovens se encontravam, trocavam ideias e se informavam, na condição mais igualitária possível. Livro, revista, jornal, espaço, serviço da bibliotecária, mesa para ler e escrever e saguão para conversar. Tudo gratuito.


Frequentar uma biblioteca, apesar de todas as vantagens descritas acima, parece que está caindo em desuso.


Para substituir esse saudável hábito, as livrarias estão tomando ares de biblioteca. As modernas têm até poltrona e sofá, onde se pode consultar ou ler um pouco, além de barzinho para tomar café com bolinho. Tudo tão parecido com as bibliotecas de antigamente!


Sei que a internet preenche uma parte dessas funções, mas nem todas. Falta o calor do olhar e do som das vozes. A tendência dessas novas livrarias confirma o prazer de manusear livros, de ler trechos sem compromisso, mas com conforto, e de trocar ideias ao vivo.


Qual será o problema das bibliotecas que são inauguradas em série pelos governos, mas parecem não desabrochar? Será que funcionam de forma insatisfatória porque são pouco frequentadas ou são pouco frequentadas porque funcionam de forma insatisfatória? Não vou resolver esse dilema.


Certas funções que elas exerciam continuam sendo importantes. Sua ausência representa falta de espaço público protegido para que possa haver socialização em torno de informações e de ideias.


Era nos saguões e no entorno das bibliotecas que se falava de música, cinema e teatro -difundindo posições e opiniões.


Conversar em volta da estátua do saguão da Biblioteca Municipal de São Paulo era fazer parte de uma geração, de uma turma: era uma identidade. Ali se folheavam revistas, liam-se livros clássicos e modernos e faziam-se anotações para os livros que se sonhava escrever.


Quero frisar que esse jeito tão democrático de encontro possibilitou a várias gerações de jovens oriundos dos quatro pontos da cidade o acesso à cultura e à cidadania. Só custava a condução para chegar até lá.


Os entornos de biblioteca que conheci poderiam hoje se chamar de shopping center de ideias e de bons hábitos culturais. Grande parte dos professores da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), da USP, até hoje se reconhece como integrante da "geração biblioteca".


Nas últimas décadas, comprar livros tornou-se mais comum do que era antigamente. Será que a biblioteca foi ficando com cara de "coisa de pobre"?

E onde fica o novo saguão das bibliotecas? Será que as livrarias como a Cultura, a da Vila ou a Martins Fontes estão conseguindo ocupar esse espaço?
Na Antiguidade, existia a praça ou o mercado, onde se trocavam ideias e informações. Onde é a nossa praça? A primeira resposta que aparece é que está na internet. Serão coisas equivalentes? Vai ver são...

A reflexão sobre a diferença entre internet e praça de encontro fica para outra coluna.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

O livro multimídia

Crônica de Nelson Motta publicada em O Estado de S. Paulo em 12/12/2008.

Nunca na história deste planeta a arte e o entretenimento sofreram tão dramáticas transformações. E, desta vez, movidas menos por correntes de pensamento, movimentos sociais ou tendências de comportamento, do que pela tecnologia. A internet e o mundo digital escancararam liberdades e possibilidades que mesmo as utopias artísticas mais delirantes jamais ousaram sonhar.

Enquanto isso, na boa e velha literatura, esses efeitos foram mínimos. Graças a um design original perfeito, o livro de papel se tornou um dos objetos mais simples e úteis da civilização: um insuperável hardware multiuso. Ao contrário das artes visuais e sonoras, onde os novos formatos e tecnologias se sucedem, vertiginosos, no mundo da palavra escrita só agora as primeiras telas digitais de leitura começam a conquistar leitores, lentamente, como se vira uma página. O cheiro do papel, a textura, a "amassabilidade" do livro, a vibração colorida da capa resistem nos sentidos do leitor.


Mas nos textos, além de hoje serem chamados de conteúdo, quase nada mudou na era digital. A linguagem pouco se modificou, apesar da enganação de se atribuir a textos coloquiais publicados em blogs, e só por isso, uma "modernidade automática". Embora pareçam remixes de velhos estilos, beat generation, nouveau roman, new journalism e poetas marginais.

Desses novos formatos, o audiolivro é o que parece ter mais futuro. No conforto do i-pod, no laptop, no tocador de CD de casa ou do carro, no walkman, o autor ou um artista famoso lê a história para você, pela metade do preço do livro de papel. Ou por um terço, se você fizer o download pago.

Com essas novas possibilidades de expressão da mídia digital, a linguagem também pode evoluir muito. Agora é possível escrever uma história não mais para ser lida, mas para ser ouvida, com pausas, entonações, emoções, intenções, sotaques. Melhor ainda, pode-se usar vários atores — como numa leitura teatral — para interpretar diversos personagens. E ainda acrescentar som ambiente, ruídos, músicas, climas sonoros, fazendo do "livro multimídia"... êpa! uma novela de rádio dos anos 50.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Dica de leitura

"Dois Irmãos" (Milton Hatoum) é a história de como se constroem as relações de identidade e diferença numa família em crise. É a história de dois irmãos gêmeos - Yaqub e Omar - e suas relações com a mãe, o pai e a irmã. Moram na mesma casa Domingas, empregada da família, e seu filho. Esse menino - o filho da empregada - narra, trinta anos depois, os dramas que testemunhou calado. Buscando a identidade de seu pai entre os homens da casa, ele tenta reconstruir os cacos do passado, ora como testemunha, ora como quem ouviu e guardou, mudo, as histórias dos outros. Do seu canto, ele vê personagens que se entregam ao incesto, à vingança, à paixão desmesurada. O lugar da família se estende ao espaço de Manaus, o porto à margem do rio Negro: a cidade e o rio, metáforas das ruínas e da passagem do tempo, acompanham o andamento do drama familiar. Prêmio Jabuti 2001 de Melhor Romance.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

A leitura retratada na arte

Apresentamos algumas obras de arte onde a leitura é tema:



Título: Mulher lendo com paisagem


Autor: Corot


Data: 1869









Título: Mulher lendo ou A Ledora

Autor: Fernando Botero







Título: Mulher lendo

Autor: Karl Schmidt


Data: 1950








Título: Mulher lendo

Autor: Pablo Picasso


Data: 1935







Título: A Leitura

Autor: Renoir

Data: 1889

terça-feira, 9 de junho de 2009

Kit pedagógico para combater a violência contra crianças

A Fundação Orsa e a Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social [Seads] estão divulgando o Kit Respeitar - um conjunto de três livros concebidos com o objetivo de servir como instrumento para a prevenção e o combate à violência contra a criança e o adolescente. Cada um dos volumes é destinado a um público diferente: as próprias crianças e jovens; pais e responsáveis; e profissionais que lidam com o público infanto-juvenil.

Queremos respeito - o “Guia para crianças, adolescentes e quem lida com eles” foi elaborado de forma a chamar a atenção de seu público-alvo para os direitos fundamentais que a legislação lhes assegura. Com linguagem acessível e desenhos que despertam a identificação nas crianças, temas árduos são apresentados de forma lúdica, permitindo a elas o entendimento sobre os limites do corpo, sobre como se proteger e dizer não àquilo que pode machucá-la; sobre como entender quando um limite é ultrapassado e como pedir ajuda, entre outros.

Criar respeitando - “Guia para pais e responsáveis” oferece orientação às pessoas que têm filhos ou cuidam de crianças e adolescentes. Neste volume, o leitor aprende as maneiras mais adequadas de investigar se algo de errado está acontecendo. Por meio da leitura, os pais aprendem a identificar sinais que indicam que seus filhos estão sofrendo violência física, psicológica ou sexual. Este volume apresenta, ainda, dicas de como agir se uma criança ou jovem revela ter passado por situações de abuso ou exploração sexual.

Cuidar respeitando - “Guia para os profissionais que lidam com crianças e adolescentes” ensina o cuidador a identificar sinais de coação e intervir para poder protegê-lo da violência que, em muitos casos, ocorre dentro ou no entorno da família. São apresentadas as formas mais adequadas e eficazes de informar os órgãos competentes e como se deve proceder após a notificação, intervindo por meio de um conjunto de ações planejadas que se complementam nos âmbitos educativo, social, psicológico, médico e judicial.

O kit está disponível para download gratuito nos sites da Fundação Orsa, www.grupoorsa.com.br, e dos parceiros Seads, www.desenvolvimentosocial.sp.gov.br e ABMP, www.abmp.org.br.

Matéria pulicada em www.rits.org

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Dicas culturais

Apresentamos algumas sugestões da programação cultural gratuita da cidade de São Paulo. Aproveitem!



Cinema



Debaixo das pontes
Helmut Kaütner
(Alemanha, 1945). Com: Carl Raddatz, Gustav Knuth e Hannelore Schroth. Dois amigos empreendem uma viagem de barco pelos rios da Alemanha, até que conhecem uma garota, por quem ambos de apaixonam. Não recomendado para menores de 12 anos.
Quando: 10/06 (quarta-feira) - 17h
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil - Rua Álvares Penteado, 112 - Centro
- Tel.: 3113-3651.


Teatro


Orlando Furioso
Texto: Ludovico Ariosto. Direção: Grupo Sobrevento. 100 min. Não recomendado para menores de 12 anos.
Especializado em teatro de animação, o grupo utiliza 19 bonecos para adaptar o poema homônimo, que narra uma série de episódios populares da Idade Média e do início do Renascimento.

Quando:Sexta-feira e sábado às 20h; domingo às 19h - Até 05/07.
Onde: Espaço Sobrevento - R. Cel. Albino Bairão, 42 - Belenzinho. Tel.: 3399-3589.

Bailado
Tex
to: Flávio de Carvalho. Direção: Roberto Lage. Com: André Grecco, Bruna Capozzoli, Bruno Gonçalves e outros. 60 min. Não recomendado para menores de 14 anos.
O grupo parte da peça "Bailado do Deus Morto" de de alguns textos teóricos do artista. Sem diál
ogos, a montagem também explora suas pinturas e as suas reflexões sobre o homem modeno.
Quando: Quinta-feira a sábado às 20h30; domingo às 19h30. Até 26/07. Retirar ingresso na data da apresentação.
Onde: Centr
o Cultural Fiesp - mezanino - Av. Paulista, 1.313 - Bela Vista. Tel.: 3146-7405.

O C
olecionador de Crepúsculos
Dramaturgia e direção: Vladimir Capella. Com: Selma Egrei, Luiz Damasceno e outros. 90 min. Não recomendado para menores de 10 anos.
Baseado nos contos de Luís da Câmara Cascudo, a peça voltada ao público jovem revela lendas e histórias recolhidas pelo floclorista.
Quando: Sábado e domingo às 16h. Até 05/07.
Retirar ingresso na data da apresentação.
Onde:
Centro Cultural Fiesp - mezanino - Av. Paulista, 1.313 - Bela Vista. Tel.: 3146-7405.


Dança


O Feminino/ Masculino na Dança
Coreografias apresentadas anteriormente serão remontadas: "Lilith", "Irregularidades (Estudos III)" e "Pressa".
Quando: Quinta-feira às 21h. Até 21/06. Retirar ingresso com 2 horas de antecedência. Não recomendado para menores de 12 anos.
Onde: Centro Cultural São Paulo - sala Paulo Emílio Salles Gomes - R. Vergueiro, 1.000 - Liberdade. Tel.: 3397-4002.



Concertos



Música em cena

O duo composto pela flautista norte-americana Sarah Hornsby e pela pianista paulistana Ayumi Shigeta apresentará repertório específico para essa formação.
Quando: Domingo às 12h. 60 min. Até dezembro. Retirar ingresso no dia da aprresentação a partir das 11h.
Onde: Centro Cultural Fiesp - Teatro Sesi São Paulo - Av. Paulista, 1313 - Bela Vista. Tel
.: 3146-7405.



Exposições


Fotografia em Revista

Com trabalhos fotográficos de Araquém Alcântara, Otto Stupakoff e German Lorca, reúne uma amostra das imagens mais emblemáticas já publicadas em revistas da editora Abril.
Quando: Terça-feira a sexta feira das 10h às 20h; Sábado e domingo das 13h às 17h. Até 12/07. Não recomendado para menores de 16 anos.
Onde: FAAP - R. Alagoas, 903 - Higienópolis. Tel.: 3662-7233.

Era uma vez... Arte conta histórias do mundo
Reúne 100 trabalhos de artistas contemporâneos, como Beatriz Milhazes e Luiz Hermano, que remetem ao universo de 4 célebres autores de contos de fadas: Charles Perrault, Hans Christian Andersen e os irmãos Grimm.
Quando: Terça-feira a domingo das 10h às 20h. Até 21/6.
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil - R. Álvares Penteado, 112 - Centro. Tel.: 3113-3651.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Antídoto

O poder das iniciativas culturais frente aos diversos tipos de violência - social, étnica ou religiosa - é o mote do Antídoto - Seminário Internacional de Ações Culturais em Zonas de Conflito, produzido pelo Itaú Cultural em parceria com o Grupo Cultural AfroReggae, do Rio de Janeiro. Em sua quarta edição, o evento promove lançamento de documentários, espetáculos teatrais, shows e debates, que contam com convidados do Afeganistão, do Brasil, do Canadá, do Líbano, da Nigéria, da Palestina e do Sudão.
O lançamento dos documentários Ferréz - Literatura e Resistência (sobre a trajetória deste escritor do Capão Redondo, na capital paulista) e Selva de Pedra - A Fortaleza Noiada (sobre o consumo de crack na capital do Ceará) abrem as atividades do Antídoto, nos dias 4 e 5 de junho.
Na sequência, o grupo de teatro do instituto Pombas Urbanas, de Cidade Tiradentes (bairro do extremo leste de São Paulo), encena as peças Histórias para Serem Contadas e Os Tronconenses.
Na segunda semana de junho, o palco é tomado pela música com shows da banda AfroReggae e seus convidados: Leandro Sapucahy, Mauricio Tizumba, Jards Macalé, Arnaldo Antunes e o moçambicano Stewart Sukuma. Os quatro dias de shows têm transmissão ao vivo pela internet.
O teatro volta a entrar em cena na terceira semana da programação com um diálogo entre a África e o sertão. Será apresentado o monólogo Mercadorias & Futuro, do músico e escritor pernambucano Lirinha, e a peça A Mulher Asfalto, com a moçambicana Lucrécia Paco. Os espetáculos são precedidos pela leitura do manifesto África e Sertão, da poetisa pernambucana Micheliny Verunschk.
O seminário internacional acontece entre 24 e 26 de junho e também tem transmissão ao vivo. Os debates reúnem jornalistas, escritores, artistas e líderes sociais e religiosos de diferentes países para trocar experiências de como a cultura pode servir como um antídoto à violência.
O último final de semana de junho conta com a presença de artistas e educadores da comunidade de Paraisópolis (bairro da periferia de São Paulo), que compartilham a experiência da criação da Escola do Povo e apresentam uma parte de sua produção musical.

Mais informações: www.itaucultural.org.br/index.cfm?cd_pagina=2841&cd_materia=986