sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Dica de leitura

Arte e ciência de roubar galinhas traz algumas das melhores crônicas de João Ubaldo Ribeiro publicadas na imprensa, em torno da ilha de Itaparica. É assim que ele descortina para o leitor as suas memórias de infância e juventude, o seu dia-a-dia na ilha, os casos e conversas com personagens locais, representantes reais da gente brasileira.
Leitura pra lá de divertida!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Conhecendo Sampa

No último sábado (dia 12), promovemos um passeio turístico monitorado pelo centro velho da cidade de São Paulo, guiados por Vera Lucia. Na ocasião, um grupo da melhor idade do CEU Pq. Veredas teve a oportunidade de visitar alguns pontos turísticos e conhecer um pouco mais da história da cidade. O passeio começou pelo Centro Cultural da Caixa Econômica Federal, passando pelo Páteo do Colégio e Centro Cultural Banco do Brasil, entre outros lugares.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

A descoberta da leitura

Fiquei bem desanimada ao ler uma das colunas do meu colega Marcelo Alencar, completamente conformado por seu filho não gostar de ler: será que é isso mesmo? Que mesmo quem afirme não gostar de ler não pode, um dia, quem sabe, mudar de conduta, principalmente se tiver contato com um texto interessante, bem escrito, que tenha a ver com os interesses da pessoa... Mas um fato na semana passada me fez ter um novo alento.

Meu filho mais velho sempre bradou aos quatro ventos que odeia ler e que aprender Língua Portuguesa não serve para nada. E, para piorar, fica fazendo planos terríveis para eliminar de vez de sua vida a professora da disciplina, envolvendo os colegas em projetos delirantes para atingir seu objetivo. E, claro, com toda essa pré-disposição de não aprender, já pegou três recuperações este ano (na escola em que ele estuda as recuperações são feitas mensalmente, com aulas semanais no contra-turno). Uma delas envolvia a leitura de um livro nas férias.

A professora deu, no último dia de aula, uma lista com dez opções para ele escolher uma. “O problema”, argumentou muito raivoso, “é ela ficar obrigando a gente a ler o que ela quer e não o que a gente quer”. Não dei muita bola para isso, pedi para ele optar por um, fomos à livraria e compramos um exemplar. Ele leu na primeira semana umas 20 páginas de um total de 180.

Porém, no domingo antes da volta às aulas, dia 29 de julho, pego novamente o comunicado sobre a lição de férias e vejo que, no final, tem uma observação: “Será feita uma prova sobre a leitura depois do dia 31 de julho”.

Em que pese eu estar convicta de que prova de leitura é uma coisa muito chata, achei que em alguns casos ela pode ser uma ferramenta boa de convencimento. E ainda fui bem irônica: “Você tem sorte: a prova será somente depois de amanhã. Você tem uma tarde para terminar o livro”. E, por mais sorte ainda, na terça não tinha aula de Língua Portuguesa. Logo, duas tardes. Bolamos uma plano de leitura, em que ele tinha de devorar 80 páginas por dia, eliminando qualquer pausa para televisão, computador e congêneres.

E não é que funcionou! Fiquei até emocionada quando ele me telefonou no meio da tarde de terça e contou entusiasmado: “Mãe, esse livro é super legal! Essa história é o máximo! Ler é muito bom! Vou ler três livros por mês de agora em diante!...” E ele quis me contar todo o enredo naquela hora. Ouvi com atenção, me envolvi com os personagens, e ele foi fazer a tal da prova muito seguro (na verdade, um bate-papo com a professora sobre os personagens, o foco narrativo etc.).

Aproveitei a oportunidade para dar uma forcinha para a professora, que agora não corre mais risco de vida: “Tá vendo como foi importante ela obrigar a ler? Você nunca teria descoberto o prazer da leitura se ela não tivesse te dado essa tarefa!” (Ela fica me devendo essa).

Comentei esse fato com o Marcelo e agora reparto com vocês. Ainda há esperança: um jovem que afirma não gostar de ler pode, um dia, despertar para esse prazer!

Mas falhei em um ponto: deveria ter feito com que meu filho escrevesse em um papel a promessa de ler três livros por mês e assinasse embaixo...

Artigo de Paola Gentili publicado na revista Nova Escola em 07/08/2007.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Waldeck de Garanhuns

No dia 26 de agosto, recebemos a visita do escritor Waldeck de Garanhuns que apresentou para as crianças da EMEF Maria Clara Machado alguns de seus trabalhos baseados na cultura popular do Brasil.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Estado terá biblioteca central no Carandiru

Matéria publicada em O Estado de S. Paulo de 01/09/2009

Com jeito de livraria, espaço vai permitir a leitores acesso fácil aos livros; 961 unidades municipais poderão estar interligadas à sede paulista

Edison Veiga e Vitor Hugo Brandalise

Um sonho da década de 1940 está prestes a ser realizado. Se tudo correr como previsto, os paulistas terão, a partir de 25 de janeiro do próximo ano, uma biblioteca central para as 961 bibliotecas públicas (municipais) espalhadas pelo Estado - dos 645 municípios paulistas, apenas 43 não têm biblioteca. A Biblioteca de São Paulo, como será chamada, vai funcionar em um pavilhão de 4,2 mil m² no Parque da Juventude - onde ficava a Casa de Detenção do Carandiru. "A ideia é que o espaço fique aberto de manhã, à tarde e à noite, também nos fins de semana", adianta a gestora do projeto, Adriana Ferrari, assessora de gabinete da Secretaria de Estado da Cultura.

A nova biblioteca - com projeto inspirado na Biblioteca Pública de Santiago do Chile - será utilizada como modelo para outras unidades. "O livro estará ao lado de todos os outros suportes, como CDs e DVDs, jornais e revistas. Será um espaço dinâmico, onde os livros não mofam nas estantes", diz o secretário de Estado da Cultura, João Sayad. "Queremos que fique parecido com grandes livrarias, que hoje recebem muito mais leitores do que bibliotecas."


Para se assemelhar às livrarias privadas, o projeto prevê estantes baixas, com livros ao alcance das mãos. Os bibliotecários serão instruídos a "atuar como vendedores", oferecendo dicas de livros para visitantes. No acervo de cerca de 30 mil livros, a promessa é que não haja espaço para preconceito - poderão ser encontrados livros e revistas com acesso proibido para menores de 18 anos. "Vai ter Machado de Assis, mas defendo que tenha Playboy também", afirma Sayad.


Projetada para ser totalmente acessível, a biblioteca terá um equipamento inovador: um "scanner" que transformará livros normais para a linguagem braile e em audiobooks. "Abrirá um leque enorme de leitura para pessoas cegas", diz o secretário. Equipamentos para autoempréstimo também estarão disponíveis. No que diz respeito ao mobiliário, com diversos tipos de cadeiras, bancos e mesas, nada será comprado pronto - todas as peças serão criadas por designers contratados.


Para a criação da biblioteca, serão investidos R$ 12,5 milhões - R$ 10 milhões do Estado e R$ 2,5 milhões do Ministério da Cultura. Ainda haverá verba de R$ 1 milhão para compor o acervo. "Devemos ter um valor semelhante, todos os anos, para atualizá-lo", diz Adriana. Uma vez pronta e aberta, a biblioteca será administrada pela Poiesis, organização social à frente também da Casa das Rosas e do Museu da Língua Portuguesa. "Vamos fazer dela uma biblioteca que não tenha medo do prazer, que incentive a leitura", explica o poeta e crítico literário Frederico Barbosa, diretor da Poiesis. "Nada daquela imagem de um lugar escuro com uma velha chata fazendo ?psiu?".


Não é a primeira vez que Barbosa tem a missão de conduzir uma biblioteca. De 2006 a 2008 ele foi curador, a convite da Prefeitura de São Paulo, da Biblioteca Alceu de Amoroso Lima, em Pinheiros - comandou a transformação dela na primeira biblioteca temática da cidade, dedicada à poesia. Talvez por isso esteja bastante otimista com o novo projeto. "Esperamos fazer uma biblioteca viva, pulsante", afirma, enfatizando a importância de que nela seja realizada uma intensa programação cultural, com debates, leituras e shows. "Será um centro de comemoração da vida e da literatura."


Os planos não param por aí. Instalada a biblioteca central, a meta será integrar toda a rede de bibliotecas públicas paulistas. "O primeiro passo será a criação de um sistema único de busca", conta Barbosa. "Só depois vem o nosso grande sonho: universalizar o acesso. Queremos que qualquer cidadão paulista, por sistema de intercâmbio, tenha acesso a livro de qualquer biblioteca."