sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Leituras para o verão

Texto de José Saramago publicado em Diário de Notícias (Portugal) em 10/07/2009

Com os primeiros calores, já se sabe, é fatal como o destino, jornais e revistas, e uma vez por outra alguma televisão de gostos excêntricos, vêm perguntar ao autor destas linhas que livros recomendaria ele para ler no Verão. Tenho-me furtado sempre a responder, porquanto considero a leitura actividade suficientemente importante para dever ocupar-nos durante todo o ano, este em que estamos e todos os que vierem.

Um dia, perante a insistência de um jornalista teimoso que não me largava a porta, resolvi ladear a questão de uma vez por todas, definindo o que então chamei a minha "família de espírito", na qual, escusado será dizer, faria figura de último dos primos. Não foi uma simples lista de nomes, cada um deles levava a sua pequena justificação para que melhor se entendesse a escolha dos parentes.

Incluí nos Cadernos de Lanzarote a imagem final da "árvore genealógica" que me tinha atrevido a esboçar e repito-a aqui para ilustração dos curiosos. Em primeiro lugar vinha Camões porque, como escrevi em O Ano da Morte de Ricardo Reis, todos os caminhos portugueses a ele vão dar. Seguiam-se depois o Padre António Vieira, porque a língua portuguesa nunca foi mais bela que quando a escreveu esse jesuíta, Cervantes, porque sem o autor do Quixote a Península Ibérica seria uma casa sem telhado, Montaigne, porque não precisou de Freud para saber quem era, Voltaire, porque perdeu as ilusões sobre a humanidade e sobreviveu ao desgosto, Raul Brandão, porque não é necessário ser um génio para escrever um livro genial, o Húmus, Fernando Pessoa, porque a porta por onde se chega a ele é a porta por onde se chega a Portugal (já tínhamos Camões, mas ainda nos faltava um Pessoa), Kafka, porque demonstrou que o homem é um coleóptero, Eça de Queirós, porque ensinou a ironia aos portugueses, Jorge Luis Borges, porque inventou a literatura virtual, e, finalmente, Gogol, porque contemplou a vida humana e achou-a triste.

Que tal? Permitam-me agora os leitores uma sugestão. Organizem também a sua lista, definam a "família de espírito" literária a que mais se sentem ligados. Será uma boa ocupação para uma tarde na praia ou no campo. Ou em casa, se o dinheiro não deu para férias este ano.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Passando a noite em uma biblioteca

Dormir na morada dos livros: uma aventura vivida por uma turma de portugueses

No fim da tarde de um sábado de maio, os funcionários da Biblioteca Municipal de Seixal, a 30 quilômetros de Lisboa, organizavam as estantes de livros. Embora esse fosse o procedimento-padrão antes de encerrar o expediente, naquele dia a arrumação tinha outro motivo: receber um grupo de 20 meninos e meninas, entre 8 e 11 anos, que iriam passar a noite ao lado dos livros. Oito e meia da noite era a hora marcada para começar a exploração de um am
biente repleto de saberes, com muita leitura e contação de histórias, e que só terminari a na manhã seguinte.


Ao chegar, para que todos se conhecessem, nada de apresentações formais. Os pequenos preencheram os crachás uns dos outros. Enquanto Diogo, o mais velho do grupo, fazia o de Beatriz, ela revelou uma de suas leituras preferidas: a poesia portuguesa de José Jorge Letria. Sabe por quê? "Porque ele me faz sentir bem", explicou, do alto de seus 8 anos.

Com todos já devidamente identificados, começou uma correria pelo ambiente. Como se estivessem em uma caça ao tesouro, as crianças seguiam pistas e procuravam por respostas para as questões escritas em fichas que tinham em mãos. Tratava-se de um desafio -- ou melhor, um peddy-paper, como se diz em Portugal -- para descobrir como é organizada e funciona uma biblioteca.

Regras decifradas e normas esclarecidas, hora de vestir o pijama, arrumar os sacos de dormir e ouvir histórias para embalar o sono e, quem sabe, alimentar os sonhos. Caprichando na entonação, a bibliotecária Susana Filipe leu O Incrível Rapaz Que Comia Livros, obra escrita pelo australiano Oliver Jeffers. Quando a leitura terminou, Tomáz, 11 anos, lá no fundo da sala, gritou: "Mais uma, mais uma! Pode contar mais 1,5 bilhão de histórias!" Pedido atendido: com as luzes apagadas, Susana leu A Grande Questão, do alemão Wolf Erlbruch. Um a um, os pequenos adormeceram.

No dia seguinte, assim que acordaram, as meninas correram a se enfeitar com presilhas e tiaras. Os meninos lotaram as mãos com gel para domar os cabelos rebeldes. Tudo muito rápido porque ninguém queria desperdiçar um só minuto da programação de domingo. Depois do desjejum, mais uma história - dessa vez, de autoria da brasileira Ana Maria Machado: O Pavão do Abre-e-Fecha. O enredo alimentou o desejo da turma de se perder entre as estantes da biblioteca à procura de novos títulos. "É importante que as crianças também possam escolher livremente para que a leitura seja significativa", disse a bibliotecária Carla Gomes. Ao seu lado, a funcionária Maria Elizabete Ferreira, que também passou a noite em claro velando o sono da garotada, confessou que para ela a recompensa do projeto está guardada para o futuro. "Esperamos que, depois de crescidos, todos esses estudantes se lembrem dessa noite e saibam que uma biblioteca é um espaço de aprendizagem."

Pelos corredores do prédio, enquanto os pequenos arrumavam as mochilas para voltar para casa, era possível ouvir suas vozes, ecoando "Vitória, vitória, acabou-se a história!", uma frase típica portuguesa que marca o fim dos contos infantis neste lado do oceano.

Artigo de Taynar Costa publicado na Revista Nova Escola, edição 225, setembro de 2009. Foto de Luciana Cristovam.

sábado, 3 de outubro de 2009

Felicidade clandestina

Felicidade clandestina

Clarice Lispector

Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.

Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”.

Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.

Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.

Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria.

Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.

No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-la. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tornava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.

Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranqüilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com ela ia se repetir com meu coração batendo.

E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.

Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. As vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.

Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!

E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: “E você fica com o livro por quanto tempo quiser.” Entendem? Valia mais do que me dar o livro: “pelo tempo que eu quisesse” é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.

Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.

Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.

Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-la, em êxtase puríssimo.

Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.

Conto publicado em:
Lispector, Clarice. Felicidade clandestina. Rio de Janeiro : Rocco, 1998. p. 9-12.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Dica de leitura

Arte e ciência de roubar galinhas traz algumas das melhores crônicas de João Ubaldo Ribeiro publicadas na imprensa, em torno da ilha de Itaparica. É assim que ele descortina para o leitor as suas memórias de infância e juventude, o seu dia-a-dia na ilha, os casos e conversas com personagens locais, representantes reais da gente brasileira.
Leitura pra lá de divertida!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Conhecendo Sampa

No último sábado (dia 12), promovemos um passeio turístico monitorado pelo centro velho da cidade de São Paulo, guiados por Vera Lucia. Na ocasião, um grupo da melhor idade do CEU Pq. Veredas teve a oportunidade de visitar alguns pontos turísticos e conhecer um pouco mais da história da cidade. O passeio começou pelo Centro Cultural da Caixa Econômica Federal, passando pelo Páteo do Colégio e Centro Cultural Banco do Brasil, entre outros lugares.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

A descoberta da leitura

Fiquei bem desanimada ao ler uma das colunas do meu colega Marcelo Alencar, completamente conformado por seu filho não gostar de ler: será que é isso mesmo? Que mesmo quem afirme não gostar de ler não pode, um dia, quem sabe, mudar de conduta, principalmente se tiver contato com um texto interessante, bem escrito, que tenha a ver com os interesses da pessoa... Mas um fato na semana passada me fez ter um novo alento.

Meu filho mais velho sempre bradou aos quatro ventos que odeia ler e que aprender Língua Portuguesa não serve para nada. E, para piorar, fica fazendo planos terríveis para eliminar de vez de sua vida a professora da disciplina, envolvendo os colegas em projetos delirantes para atingir seu objetivo. E, claro, com toda essa pré-disposição de não aprender, já pegou três recuperações este ano (na escola em que ele estuda as recuperações são feitas mensalmente, com aulas semanais no contra-turno). Uma delas envolvia a leitura de um livro nas férias.

A professora deu, no último dia de aula, uma lista com dez opções para ele escolher uma. “O problema”, argumentou muito raivoso, “é ela ficar obrigando a gente a ler o que ela quer e não o que a gente quer”. Não dei muita bola para isso, pedi para ele optar por um, fomos à livraria e compramos um exemplar. Ele leu na primeira semana umas 20 páginas de um total de 180.

Porém, no domingo antes da volta às aulas, dia 29 de julho, pego novamente o comunicado sobre a lição de férias e vejo que, no final, tem uma observação: “Será feita uma prova sobre a leitura depois do dia 31 de julho”.

Em que pese eu estar convicta de que prova de leitura é uma coisa muito chata, achei que em alguns casos ela pode ser uma ferramenta boa de convencimento. E ainda fui bem irônica: “Você tem sorte: a prova será somente depois de amanhã. Você tem uma tarde para terminar o livro”. E, por mais sorte ainda, na terça não tinha aula de Língua Portuguesa. Logo, duas tardes. Bolamos uma plano de leitura, em que ele tinha de devorar 80 páginas por dia, eliminando qualquer pausa para televisão, computador e congêneres.

E não é que funcionou! Fiquei até emocionada quando ele me telefonou no meio da tarde de terça e contou entusiasmado: “Mãe, esse livro é super legal! Essa história é o máximo! Ler é muito bom! Vou ler três livros por mês de agora em diante!...” E ele quis me contar todo o enredo naquela hora. Ouvi com atenção, me envolvi com os personagens, e ele foi fazer a tal da prova muito seguro (na verdade, um bate-papo com a professora sobre os personagens, o foco narrativo etc.).

Aproveitei a oportunidade para dar uma forcinha para a professora, que agora não corre mais risco de vida: “Tá vendo como foi importante ela obrigar a ler? Você nunca teria descoberto o prazer da leitura se ela não tivesse te dado essa tarefa!” (Ela fica me devendo essa).

Comentei esse fato com o Marcelo e agora reparto com vocês. Ainda há esperança: um jovem que afirma não gostar de ler pode, um dia, despertar para esse prazer!

Mas falhei em um ponto: deveria ter feito com que meu filho escrevesse em um papel a promessa de ler três livros por mês e assinasse embaixo...

Artigo de Paola Gentili publicado na revista Nova Escola em 07/08/2007.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Waldeck de Garanhuns

No dia 26 de agosto, recebemos a visita do escritor Waldeck de Garanhuns que apresentou para as crianças da EMEF Maria Clara Machado alguns de seus trabalhos baseados na cultura popular do Brasil.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Estado terá biblioteca central no Carandiru

Matéria publicada em O Estado de S. Paulo de 01/09/2009

Com jeito de livraria, espaço vai permitir a leitores acesso fácil aos livros; 961 unidades municipais poderão estar interligadas à sede paulista

Edison Veiga e Vitor Hugo Brandalise

Um sonho da década de 1940 está prestes a ser realizado. Se tudo correr como previsto, os paulistas terão, a partir de 25 de janeiro do próximo ano, uma biblioteca central para as 961 bibliotecas públicas (municipais) espalhadas pelo Estado - dos 645 municípios paulistas, apenas 43 não têm biblioteca. A Biblioteca de São Paulo, como será chamada, vai funcionar em um pavilhão de 4,2 mil m² no Parque da Juventude - onde ficava a Casa de Detenção do Carandiru. "A ideia é que o espaço fique aberto de manhã, à tarde e à noite, também nos fins de semana", adianta a gestora do projeto, Adriana Ferrari, assessora de gabinete da Secretaria de Estado da Cultura.

A nova biblioteca - com projeto inspirado na Biblioteca Pública de Santiago do Chile - será utilizada como modelo para outras unidades. "O livro estará ao lado de todos os outros suportes, como CDs e DVDs, jornais e revistas. Será um espaço dinâmico, onde os livros não mofam nas estantes", diz o secretário de Estado da Cultura, João Sayad. "Queremos que fique parecido com grandes livrarias, que hoje recebem muito mais leitores do que bibliotecas."


Para se assemelhar às livrarias privadas, o projeto prevê estantes baixas, com livros ao alcance das mãos. Os bibliotecários serão instruídos a "atuar como vendedores", oferecendo dicas de livros para visitantes. No acervo de cerca de 30 mil livros, a promessa é que não haja espaço para preconceito - poderão ser encontrados livros e revistas com acesso proibido para menores de 18 anos. "Vai ter Machado de Assis, mas defendo que tenha Playboy também", afirma Sayad.


Projetada para ser totalmente acessível, a biblioteca terá um equipamento inovador: um "scanner" que transformará livros normais para a linguagem braile e em audiobooks. "Abrirá um leque enorme de leitura para pessoas cegas", diz o secretário. Equipamentos para autoempréstimo também estarão disponíveis. No que diz respeito ao mobiliário, com diversos tipos de cadeiras, bancos e mesas, nada será comprado pronto - todas as peças serão criadas por designers contratados.


Para a criação da biblioteca, serão investidos R$ 12,5 milhões - R$ 10 milhões do Estado e R$ 2,5 milhões do Ministério da Cultura. Ainda haverá verba de R$ 1 milhão para compor o acervo. "Devemos ter um valor semelhante, todos os anos, para atualizá-lo", diz Adriana. Uma vez pronta e aberta, a biblioteca será administrada pela Poiesis, organização social à frente também da Casa das Rosas e do Museu da Língua Portuguesa. "Vamos fazer dela uma biblioteca que não tenha medo do prazer, que incentive a leitura", explica o poeta e crítico literário Frederico Barbosa, diretor da Poiesis. "Nada daquela imagem de um lugar escuro com uma velha chata fazendo ?psiu?".


Não é a primeira vez que Barbosa tem a missão de conduzir uma biblioteca. De 2006 a 2008 ele foi curador, a convite da Prefeitura de São Paulo, da Biblioteca Alceu de Amoroso Lima, em Pinheiros - comandou a transformação dela na primeira biblioteca temática da cidade, dedicada à poesia. Talvez por isso esteja bastante otimista com o novo projeto. "Esperamos fazer uma biblioteca viva, pulsante", afirma, enfatizando a importância de que nela seja realizada uma intensa programação cultural, com debates, leituras e shows. "Será um centro de comemoração da vida e da literatura."


Os planos não param por aí. Instalada a biblioteca central, a meta será integrar toda a rede de bibliotecas públicas paulistas. "O primeiro passo será a criação de um sistema único de busca", conta Barbosa. "Só depois vem o nosso grande sonho: universalizar o acesso. Queremos que qualquer cidadão paulista, por sistema de intercâmbio, tenha acesso a livro de qualquer biblioteca."

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Palestra de incentivo à leitura

O Goethe-Institut São Paulo e a Biblioteca Monteiro Lobato apresentam o projeto de incentivo à leitura “Bremer Leselust” da cidade de Bremen por Ulrike Hövelmann - um exemplo de como o engajamento de toda a cidade consegue despertar nas crianças uma relação positiva com o livro e a leitura, tornando-os parte inseparável da vida diária de cada um. Dia 16/9, das 14h às 17h, na Biblioteca Monteiro Lobato (Rua General Jardim , 485 – São Paulo – Estação República do metrô). Idioma: Alemão com tradução simultânea. Inscrição gratuita – 80 vagas.
Inscrição:
biblioteca@saopaulo.goethe.org ou tel. (11) 3296-7001, com Ana Teresa ou Bethe.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Dica de leitura

Romance de estréia de Isaias Pessoti, recebeu os prêmios Jabuti e o Livro do Ano da Câmera Brasileira do Livro. Em 2005 foi eleito por um júri de críticos literários e jornalistas de todo o Brasil como um dos 15 melhores romances brasileiros dos últimos 15 anos.

Na Milão na final da década de 1960, um grupo de jovens pesquisadores depara-se com uma figura misteriosa que, enterrada pela história oficial, desperta paixões latentes. O "bispo vermelho", autor de um manuscrito inédito do século XV encontrado numa villa do Piemonte, oferece a cada um daqueles que estão à procura de sua identidade a razão autêntica da busca do conhecimento.


Enquanto Emilio, Anna e seus companheiros desvendam os enigmas que se escondem entre os afrescos e a arquitetura da villa, o leitor empenha-se pelos aromas e sabores da culinária, a textura dos vinhos, o relevo das paisagens do norte Itália, numa viagem entre presente e passado. Com leveza, bom humor e riqueza de registros, o autor tece uma narrativa que celebra o prazer da descoberta contra as forças do autoritarismo.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Música imperdível!

No sábado (15/08) aconteceu a abertura do Bourbon Street Fest no Parque Ibirapuera. Com apresentações inspiradíssimas da Dixie Square Jazz Band, Glen David Andrews, Marcia Ball e Kurt Brunus Project. Quem esteve lá ouviu jazz, blues e R&B de alta qualidade, de graça e aproveitando um sábado de sol.
O Festival acontece durante toda essa semana no Bourbon Street (www.bourbonstreet.com.br). E no domingo (23/08) o encerramento será ao ar livre (de graça) em frente ao Bourbon (Rua dos Chanés, 127 - Moema). Neste dia, a programação terá:

16h - Sunpie & The Sunspots - Mistura de blues, música caribenha e Zydeco.

17h30 - Big Sam´s Funky Nation - O trombonista Big Sam e seu naipe de metais misturam funk, groove e hip hop com um toque contemporâneo ao estilo das Brass Bands.


19h30 - Kurt Brunus Project - O quarteto do multi-instrumentista Kurt Brunus apresenta um show de puro rythm & blues, com pitadas de rap, hip hop e reggae.

21h - Jam session - canjas de várias atrações do evento.

Quem perdeu a abertura não deve perder o encerramento. Quem aproveitou, com certeza também estará presente.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Dica de leitura

Imagine uma época em que os livros configurem uma ameaça ao sistema, uma sociedade onde eles são absolutamente proibidos. Para exterminá-los, basta chamar os bombeiros - profissionais que outrora se dedicavam à extinção de incêndios, mas que agora são os responsáveis pela manutenção da ordem, queimando publicações e impedindo que o conhecimento se dissemine como praga. Para coroar a alienação em que vive essa nova sociedade, anestesiada por informações triviais, as casas são dotadas de televisores que ocupam paredes inteiras de cômodos, e exibem "famílias" com as quais se podem dialogar, como se estas fossem de fato reais. Este é o cenário em que vive Guy Montag, bombeiro que atravessa séria crise ideológica. Sua esposa passa o dia entretida com seus "parentes televisivos", enquanto ele trabalha arduamente para comprar-lhe a tão sonhada quarta parede de TV. Sua vida vazia é transformada, porém, quando ele conhece a vizinha Clarisse, uma adolescente que reflete sobre o mundo à sua volta e que o instiga a fazer o mesmo. O sumiço misterioso de Clarisse leva Montag a se rebelar contra a política estabelecida, e ele passa a esconder livros em sua própria casa. Denunciado por sua ousadia, é obrigado a mudar de tática e a buscar aliados na luta pela preservação do pensamento e da memória. "Fahrenheit 451", de Ray Bradbury, é não só uma crítica à repressão política mas também à superficialidade da era da imagem, sintomática do século XX e que ainda parece não esmorecer.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Analfabetismos pós-modernos

Artigo escrito por José de Souza Martins publicado em O Estado de S. Paulo de 01/03/2009.

Na ponta do lápis: 75% dos analfabetos no País têm mais de 40 anos - Não chega a ser surpreendente a notícia de que 75% dos analfabetos no Brasil têm mais de 40 anos e o declínio do analfabetismo é mais lento nessa faixa de idade do que nas outras. Há particularidades sociais que ajudam a compreender esse dado lastimável. Os de mais de 40 anos são, no geral, os que têm menos estímulos para superar a situação em que se encontram. No Brasil, as pessoas envelhecem cedo. O marco dos 40 é para muitos o marco de uma idade de angústia e apreensão, do fim das oportunidades estáveis de trabalho. A dificuldade que essas pessoas encontram para mudar de emprego ou mesmo para arrumar um e a facilidade com que ficam sem trabalho é um conhecido fator de marginalização social já na maturidade. Que estímulo pode ter uma pessoa de 40 anos ou mais para se alfabetizar tardiamente se a probabilidade de conseguir um emprego compatível com sua história profissional é muito menor do que a de uma pessoa mais jovem? A discriminação e o preconceito etários no nosso mercado de trabalho são em si mesmos fatores de degradação social que dificilmente podem encontrar um antídoto na alfabetização tardia, que, por ser tardia e ser mera alfabetização, é cada vez mais insuficiente. Ser alfabetizado já não garante nada a ninguém.

A pós-modernidade é uma era de multiplicação das formas de analfabetismo. As estatísticas referem-se aos estritamente alfabetizados, aos que aprenderam a ler e escrever. Mas raramente há referência ao analfabetismo funcional daquela larga parcela da população que, ainda que sabendo ler e escrever, de fato não está alfabetizada porque está aquém do manejo minimamente competente da informação cultural, como a interpretação daquilo que lê. A alfabetização constitui apenas um dado formal. Ela só tem sentido num quadro de solicitações culturais em que saber ler e escrever é mais do que o ato em si. Na zona rural, encontrei, não poucas vezes, pessoas desalfabetizadas, aquelas que frequentaram e completaram o antigo curso primário rural de três anos e, passado algum tempo, desaprenderam a ler e escrever. Porque o desuso da alfabetização torna-a inútil. De outro modo, isso acontece também na cidade. Não é raro que a escola esteja completamente desvinculada das atividades culturais que lhe dão sentido, como a leitura, a freqüência a bibliotecas, museus e teatros. Hoje vivemos num cenário em que não é incomum a combinação de alfabetização e ignorância, a capacidade de ler e escrever reduzida ao uso elementar dos simplismos do cotidiano, aos quais a própria escola se submete, renunciando à missão de estimular os estudantes a níveis mais altos e mais complexos de conhecimento, superadores e críticos do cotidiano e do repetitivo.

O universo cultural do analfabetismo tem sido ampliado no último meio século, anulando com facilidade os ganhos da alfabetização tradicional da escrita manual e da leitura do texto impresso. O advento do microcomputador pessoal criou, em curto tempo, uma massa de analfabetos até mesmo entre pessoas com nível superior e até mesmo entre professores universitários. A linguagem computacional invadiu nossa vida como indecifrável língua estrangeira e nos colocou da noite para o dia à mercê de técnicos que se esmeram em falar o computacionês incompreensível. A máquina de calcular livrou-nos dos sofrimentos da tabuada, mas criou uma geração de ignorantes que faz cálculos sofisticados sem saber como são feitos. Saber escrever corretamente a língua portuguesa já não é necessário, pois programas instalados no computador corrigem automaticamente a maioria dos erros e permitem a qualquer semialfabetizado escrever quase com o rigor de Machado de Assis.

Enquanto nos países desenvolvidos os museus estão cheios de crianças e adolescentes levados pelas próprias escolas, aqui estamos muito longe disso, do mesmo modo que estamos muito longe do ensino em tempo integral, necessário para cobrir a extensa área de cultura que deve ser assimilada antes da idade adulta para que a pessoa se mova num patamar próprio das demandas culturais crescentes do mundo moderno. Nesse sentido, a insuficiência da nossa escolarização é um instrumento de alargamento do número dos que podem ser classificados na moderna e ampla concepção de analfabetismo, não limitada estritamente ao saber ler e escrever.

Mudanças técnicas na indústria tornaram o que era conhecimento profissional para uma vida um mero conhecimento para uns poucos anos, aquelas tarefas suprimidas e substituídas por outras, que pedem nova e diferente escolarização. A simplificação do processo de trabalho, por outro lado, criou tarefas que podem ser desempenhadas por pessoas com menor qualificação profissional e escolarização menor. Não é casual que se registre entre nós mais desemprego entre trabalhadores mais qualificados do que entre os menos qualificados ou sem qualificação. Portanto, a escolarização está sendo continuamente questionada pelo mercado de trabalho, o que torna a mística da alfabetização uma aspiração obsoleta.

O cenário de desestímulo à alfabetização é agravado por uma cultura nacional historicamente marcada pela valorização do analfabetismo. Sociedade que teve escravidão, precisava, até há pouco mais de cem anos, apenas do trabalho braçal do cativo. Foram raros os senhores de escravos que alfabetizaram e educaram seus escravos, conscientes aliás de que alfabetização é incompatível com escravidão. Na imigração que substituiu a escravidão, os recrutadores aliciavam de preferência analfabetos, forma de evitar o protesto social, o analfabetismo como um fator de sujeição do trabalhador do eito. A cultura moderna e a cultura tradicional se encontram na mentalidade para a qual ser alfabetizado não é necessariamente um desafio e uma carência. O êxito econômico e político de milhares de semialfabetizados parece proclamar todos os dias que aprender a ler e escrever é cansativo. Como dizia o Jeca Tatu, de Lobato: não paga a pena.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Dica de leitura

O romance Na praia de Ian McEwan se passa na Inglaterra de 1962. As profundas mudanças na moral e no comportamento sexual que abalariam o mundo ao longo daquela década ainda estão em estado de gestação. Edward Mayhew e Florence Ponting, ambos virgens, se instalam num hotel na praia de Chesil, perto do Canal da Mancha, para celebrar sua noite de núpcias. Ele é um rapaz recém-formado em história, de origem provinciana; sua mãe tem problemas mentais, e o pai é professor secundário. A noiva é uma violinista promissora, líder de seu próprio quarteto de cordas, filha de um industrial e de uma professora universitária de Oxford.
O desajeitado encontro íntimo desses dois jovens ainda marcados pelos resquícios da repressiva moral vitoriana é repleto de lances cômicos e comoventes, configurando uma autêntica tragicomédia de erros. Na praia, entretanto, vai além disso. Por conta da refinada arte narrativa de Ian McEwan, o drama dos recém-casados transcende o registro particular e o retrato de época para alcançar a dimensão de uma obra universal sobre o momento da perda da inocência, essa expulsão do paraíso que é um ponto de inflexão na vida de todo indivíduo.

Com sua prosa precisa, tão sutil quanto implacável, McEwan alterna os pontos de vista de Edward e Florence, radiografando seus pensamentos e motivações mais secretos. O sentimento trágico que fica no leitor vem da percepção dos estragos profundos e duradouros que um pequeno gesto, um único mal-entendido, uma palavra infeliz podem causar na vida dos personagens.

Com esse romance compacto, intenso, inteiriço como um poema ou uma peça musical, o autor confirma seu notável talento para captar e expressar os descaminhos da vida interior.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Perigos da literatura

Artigo de Daniel Piza publicado em O Estado de S. Paulo de 01/02/2009.

Não é só nos debates políticos e econômicos que o sessentismo anda em baixa. Leia A Literatura em Perigo (Difel), um pequeno e despretensioso livro de Tzvetan Todorov. Que um dos expoentes do estruturalismo, discípulo de Roland Barthes, se revolte contra as teorias literárias ainda dominantes entre professores e críticos, sobretudo na França, é fato a saudar. Todorov já não suporta a análise da literatura como se ela fosse desconectada da vida, dos temas da condição humana, uma análise que a reduz a jogos de linguagem. Para os defensores da “desconstrução”, nada existe além do texto, logo a literatura só fala de literatura. Esse solipsismo, diz Todorov, ignora o contexto humano – a posição ambivalente da estética, entre beleza e conhecimento – e reforça o declínio da literatura na sociedade, a pouca familiaridade dos jovens de hoje com as “sensações insubstituíveis” da leitura.


“Longe de ser um simples entretenimento, uma distração reservada às pessoas educadas”, escreve ele logo no início, a literatura “permite que cada um responda melhor à sua vocação de ser humano.” No final, define melhor a utilidade de uma obra literária, que “produz um tremor de sentidos, abala nosso aparelho de interpretação simbólica, desperta nossa capacidade de associação”. Ou seja, Todorov não está defendendo a importância da imaginação, a noção vulgar de que os livros servem para um escape da realidade ou um consolo à esperança; ele vê a ficção de um Shakespeare, Dostoiévski ou Proust como um instrumento de interpretação da realidade, da natureza humana, não superior ou inferior à ciência, mas autônomo e, talvez, complementar. Somos criados à base de medos e chavões, e nada como a literatura para nos dar armas de libertação. Nesse sentido, é sempre perigosa para o senso comum.

Todorov, porém, cai no dualismo de sua geração ao revelar no ensaio um ponto de vista quase diametralmente oposto ao que defendeu na juventude. (É como aqueles sujeitos marxistas que, diante do fracasso soviético, passaram a defender o capitalismo selvagem – às vezes chamado de “natural” – como se o mercado não tivesse de ser fiscalizado e canalizado.) Comete o erro de culpar o modernismo de Flaubert em diante, principalmente as vanguardas do início do século 20, por essa visão formal da literatura. Lembra o debate do autor de A Educação Sentimental com George Sand e dá a ela razão por se queixar do pessimismo do amigo. Bem, a maioria dos grandes escritores não assinou finais felizes por um motivo claro: eles estavam (e estão) reagindo justamente à tendência convencional de se iludir facilmente, de acreditar em qualquer crença ou doutrina que resolva sistematicamente os problemas do mundo. Agora me diga quem é mais lido hoje em dia: Flaubert ou George Sand?

***

É bobagem dizer que “ler demais faz mal”, como ouço às vezes. O problema não é a quantidade de leitura, mas o modo como ela é feita; se ela passa a tomar o lugar da vida, a substituir experiências reais em vez de iluminá-las, aí, sim, se pode falar na existência de um problema. Muitos intelectuais o encarnam, exemplos que são de falta de praticidade, atratividade e sensatez... Todorov se queixa de frases de literatos como “a verdadeira vida é a literatura” e “tudo existe para terminar num livro”, respectivamente aludindo a Borges e Mallarmé – frases que parecem negar os poderes de representação das artes. Estou com ele, como quando diz que os críticos de arte exaltam Malevitch e depreciam Bonnard apenas porque este é figurativo; mas aquelas frases também precisam ser vistas em seu contexto. Nem Borges nem Mallarmé fizeram “arte pela arte”, e Borges notou sempre como são pobres e mutiladas as palavras deixadas pelos séculos. A literatura deve renovar a linguagem corrente.

Ninguém como os escritores, afinal, nos alertam para os perigos da literatura. Quase todos os grandes personagens são leitores: Dom Quixote passa a delirar com a ideia do triunfo depois de ler romances de cavalaria, mas a realidade que encontra é tão diferente que ele só apanha, ainda que Sancho Pança lhe faça o contraponto; Hamlet lê o tempo todo, “palavras, palavras, palavras”, enquanto matuta um plano de ação que desmascare o poder; os terroristas de Dostoiévski e Conrad são leitores vorazes; Madame Bovary só encontra nos romances a ausência do tédio que lhe consome dias e noites; Dom Casmurro também absorveu sua dose de clássicos; Gustav Aschenbach vai a Veneza já afetado pelo vírus do idealismo que os livros inocularam; Artur Sammler sonha ser como um esteta inglês tão refinado que os males da metrópole não o atinjam. E autores como Elias Canetti (Auto-de-Fé) e Italo Svevo (A Consciência de Zeno) trataram diretamente do tema. Desconfiar das fantasias e teorias que os livros trazem é fundamental; para isso, é preciso ler muito.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Dicas culturais

Apresentamos algumas sugestões da programação cultural gratuita que a cidade de São Paulo oferece. Aproveite!


Teatro


Os reis preguiçosos
Direção: Gilles Rhode. Com: Transe Express. Duração: 90 min.
O espetáculo, que faz parte das comemorações do Ano da França no Brasil, será apresentado nos jardins do Parque da Independência pela companhia francesa de teatro de rua Transe Express. Mescla circo, dança e convida o público a acompanhar o cortejo de carros alegóricos por 3 diferentes caminhos.
Quando: Sábado (18/07) e domingo (19/07) às 18h30.
Onde: Parque da Independência - Av. Nazaré s/nº - Ipiranga. Tel.: 3340-2000.

O conto do reino distante
Texto: Simoni Boer. Concepção: Ana Luísa Lacombe. Direção: Paulo Rogério Lopes. Com: Ana Luísa Lacombe e Camila Bellodi. Duração: 50 min. Não recomendado para menores de 5 anos.
O Reino Distante aguarda o nascimento de um herdeiro, mas o bebê é trancafiado numa torre e só tem as formigas como companhia.
Quando: Domingo às 15h30. Até 29/07. Retirar ingresso com 1 hora de antecedência.
Onde: SESC Santana - Teatro - Av. Luiz Dumont Villares, 579 - Santana. Tel.: 2971-8700.

No papel da vítima
Texto: Irmãos Presnyakov. Direção: Ariela Goldmann. Com: Turma 50 da Escola de Arte Dramática da ECA/USP. Duração: 90 min. Não recomendado para menores de 14 anos.
Esta comédia dos dramaturgos russos acompanha as experiências de um rapaz que ganha a vida fazendo o papel de vítima em reconstituições de crimes.
Quando: Quarta-feira a sábado às 21h; Domingo às 20h. Até 02/08. Retirar ingresso com 1 hora de antecedência.
Onde: Teatro Laboratório ECA - Av. Prof. Luciano Gualberto, trav. J, 215 - Cidade Universitária. Tel.: 3091-4376.



Shows


Conjunto Retratos

Dedicado ao chorinho e à música regional, o grupo é a atração de julho do programa Banca do Choro, realizado dentro do Mercado Municipal.
Quando: 19/07 (domingo) às 11h30. 120 min.
Onde: Mercado Municipal - área de alimentação - piso térreo - R. da Cantareira, 306 - Centro. Tel.: 3313-2444.



Dança


Panorama Sesi de Dança 2009
O destaque do festival neste final de semana é Bruno Beltrão e Grupo de Rua, que apresentam H3.
Quando: Sábado (18/07) às 20h e domingo (19/07) às 19h. 60 min. Não recomendado para menores de 14 anos. Retirar ingresso no dia da apresentação a partir das 12h.
Onde: Centro Cultural Fiesp - Teatro Sesi São Paulo - Av. Paulista, 1313 - Bela Vista. Tel.: 3146-7405.

Jam de Dança
Neste mês, participam do projeto a pesquisadora em dança e cultura popular Andrea Soares e os músicos Mateus Prado e Cristiano Meireles, que convidam a um diálogo corporal com as danças populares.
Quando: Terça-feira às 12h. Até 28/07. 90 min.
Onde: Centro Cultural São Paulo - Espaço Flávio Império - R. Vergueiro, 1000 - Liberdade. Tel.: 3397-4002.



Concertos



Novo Ovo Novo

O grupo apresenta músicas medievais e renascentistas, especialmente da Península Ibérica, e interpreta, tambpem, algumas peças coloniais da América do Sul.
Quando: Domingo às 13h30. 75 min.
Onde: SESC Vila Mariana - Praça de eventos - Rua Pelotas, 141 - Vila Mariana. Tel
.: 5080-3000.

Música em cena
Sob a regência de João Carlos Martins, a Orquestra Bachiana Jovem participa do projeto Música em cena. O programa terá peças de Mascagni, Beethoven, Mozart, Morricone e Piazzolla.
Quando: Domingo às 12h. 60 min. Até dezembro. Retirar ingresso na data de apresentação.
Onde: Centro Cultural FIESP - Teatro SESI São Paulo - Av. Paulista, 1313 - Bela Vista. Tel
.: 3146-7405.



Exposições


Ícone e memória
A exposição revê os 96 anos de história do Teatro Municipal por meio de painéis explicativos, fotos de artistas, maquetes de cenários e adereços.
Quando: Terça-feira a domingo das 10h às 16h30.
Onde: Museu do Teatro Municipal - Pça. Ramos de Azevedo, baixos do Viaduto do Chá - República. Tel.: 3241-3815.

Cuide de você - Sophie Calle

A francesa convidou 107 mulheres de diferentes profissões para interpretarem o e-mail que recebeu do ex-namorado, no qual ele pôs fim ao relacionamento. O processo resultou em uma mostra híbrida, com desenhos, registros de perfomances, textos e vídeos.
Quando: Terça-feira a sábado das 10h às 21h; domingo das 10h às 20h. Até 7/09.
Onde: SESC Pompéia - R. Clélia, 93 - Água Branca. Tel.: 3871-7700.

Amilcar de Castro e Willys de Castro
Com a curadoria de Lorenzo Mammi, estão expostos 340 objetos, entre estudos de logotipos, revistas, maquetes e vestidos, além de pinturas e esculturas produzidos pelos dois artistas.
Quando: Terça-feira a sábado das 10h às 18h; Domingo das 12h às 17h. Até 02/08.
Onde: Instituto de Arte Contemporânea (IAC) - R. Maria Antônia, 258 - Vila Buarque. Tel.: 3255-2009.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Dica de leitura


Em Ela é carioca, o jornalista Ruy Castro traça, por meio de 231 verbetes, um fascinante e curioso retrato de Ipanema, o irriquieto bairro carioca que ficou mundialmente famoso por ter sido o berço de gerações inteiras de artistas, intelectuais e libertários como Tom Jobim, Arnaldo Jabor e Leila Diniz.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Harry Potter e os livros

Às vésperas do lançamento de mais um filme de Harry Potter, é oportuno postar esse artigo de Luis Fernando Veríssimo publicado em O Estado de S. Paulo de 26/07/2007.

Calor bom na barriga

Pertenço a várias minorias (como a dos sem-celular, por exemplo) mas a menor delas é a dos ignorantes em Harry Potter. Não li os livros, não vi os filmes, não sei quem são os personagens e quais são os seus poderes - minha ignorância é completa e, a esta altura, irreversível. Alguns me dizem que não vale a pena tentar remediá-la para pelo menos poder entender tanto entusiasmo, porque no fundo é muito barulho por nada. Outros me asseguram que não sei o que estou perdendo. Seja como for, não deixa de dar um calor bom na barriga o espetáculo de crianças invadindo livrarias em hordas para não perder o lançamento de um livro. Não um videogame ou um robô que se transforma em canhão, mas um livro. E dos grandes.

Mesmo que Harry Potter seja, hoje, menos um fenômeno literário do que um fenômeno de marquetchim - não são apenas os livros e os filmes que fazem sucesso, o sucesso deles faz ainda mais sucesso - o fato é que as crianças estão invadindo as livrarias. Nós que gostamos de livros deveríamos torcer pelo livro sempre. Qualquer livro, não importa gênero ou conteúdo. Livros vendidos significam livrarias satisfeitas, editoras faturando, escritores sobrevivendo e - quem sabe? - compradores do Paulo Coelho tropeçando, na saída, num Rubem Fonseca ou num Moacyr Scliar e decidindo levá-los também. O Paulo Coelho é outro exemplo de fenômeno, literário ou extraliterário, que merece aplauso. Você não precisa ler o que ele escreve para sentir um assomo de orgulho, do chamado ufanismo irrefletido, ao entrar em qualquer grande livraria do mundo e dar com uma estante inteira dedicada só a, que diabo, um escritor brasileiro.

O 'best-seller' leva gente para as livrarias, o que é ótimo. Outra questão é se ele rouba espaço de literatura menos badalável nas livrarias e nas editoras, como as grandes produções de cinema americanas tiram o ar dos concorrentes no mercado brasileiro. Livros como os do Harry Potter equivaleriam aos filmes arrasa-quarteirões que não deixam nada para os outros. Mas não sei se o paralelo cabe. As pessoas não ficam no cinema para ver o filme brasileiro depois de ver o superlançamento americano, mas há a esperança que alguns da multidão que foi comprar o último Harry Potter fiquem na livraria, ou voltem para comprar outros livros. E o sucesso de vendas de um livro permite à indústria editorial investir em mau-sellers - uma relação que não existe entre os sucessos de Hollywood e o cambaleante cinema brasileiro.

No fim fica só um ressentimento com Harry Potter: que ainda não exista uma brasileira ou um brasileiro capaz de atrair hordas de crianças para dentro de livrarias como a sua autora. Ainda não se descobriu a mágica.

sábado, 11 de julho de 2009

Manifesto por um Brasil literário

Por Bartolomeu Campos de Queirós, apresentado durante a FLIP (Feira Literária Internacional de Paraty).

O Instituto C&A, se somando às proposições da Associação Casa Azul – organizadora da Festa Literária Internacional de Paraty -, à Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, ao Instituto Ecofuturo e ao Centro de Cultura Luiz Freire, manifesta sua intenção de concorrer para fazer do País uma sociedade leitora. Reconhecendo o êxito já conferido, nacional e internacionalmente à FLIP, o projeto busca estender às comunidades, atividades mobilizadoras que promovam o exercício da leitura literária.

Reconhecemos como princípio, o direito de todos de participarem da produção também literária. No mundo atual, considera-se a alfabetização como um bem e um direito. Isto se deve ao fato de que com a industrialização as profissões exigem que o trabalhador saiba ler. No passado, os ofícios e ocupações eram transmitidos de pai para filho, sem interferência da escola.


Alfabetizar-se, saber ler e escrever tornaram-se hoje condições imprescindíveis à profissionalização e ao emprego. A escola é um espaço necessário para instrumentalizar o sujeito e facilitar seu ingresso no trabalho. Mas pelo avanço das ciências humanas compreende-se como inerente aos homens e mulheres a necessidade de manifestar e dar corpo às suas capacidades inventivas.

Por outro lado, existe um uso não tão pragmático de escrita e leitura. Numa época em que a oralidade perdeu, em parte, sua força, já não nos postamos diante de narrativas que falavam através da ficção de conteúdos sapienciais, éticos, imaginativos.

É no mundo possível da ficção que o homem se encontra realmente livre para pensar, configurar alternativas, deixar agir a fantasia. Na literatura que, liberto do agir prático e da necessidade, o sujeito viaja por outro mundo possível. Sem preconceitos em sua construção, daí sua possibilidade intrínseca de inclusão, a literatura nos acolhe sem ignorar nossa incompletude.

É o que a literatura oferece e abre a todo aquele que deseja entregar-se à fantasia. Democratiza-se assim o poder de criar, imaginar, recriar, romper o limite do provável. Sua fundação reflexiva possibilita ao leitor dobrar-se sobre si mesmo e estabelecer uma prosa entre o real e o idealizado.


A leitura literária é um direito de todos e que ainda não está escrito. O sujeito anseia por conhecimentos e possui a necessidade de estender suas intuições criadoras aos espaços em que convive.

Compreendendo a literatura como capaz de abrir um diálogo subjetivo entre o leitor e a obra, entre o vivido e o sonhado, entre o conhecido e o ainda por conhecer; considerando que este diálogo das diferenças – inerente à literatura – nos confirma como redes de relações; reconhecendo que a maleabilidade do pensamento concorre para a construção de novos desafios para a sociedade; afirmando que a literatura, pela sua configuração, acolhe a todos e concorre para o exercício de um pensamento crítico, ágil e inventivo; compreendendo que a metáfora literária abriga as experiências do leitor e não ignora suas singularidades, que as instituições em pauta confirmam como essencial para o País a concretização de tal projeto.

Outorgando a si mesmo o privilégio de idealizar outro cotidiano em liberdade, e movido pela intimidade maior de sua fantasia, um conhecimento mais amplo e diverso do mundo ganha corpo, e se instala no desejo dos hímens e mulheres promovendo os indivíduos a sujeitos e responsáveis pela sua própria humanidade. De consumidores passa-se a investidores na artesania do mundo. Por ser assim, persegue-se uma sociedade em que a qualidade da existência humana é buscada como um bem inalienável.

Liberdade, espontaneidade, afetividade e fantasia são elementos que fundam a infância. Tais substâncias são também pertinentes à construção literária. Daí, a literatura ser próxima da criança.

Possibilitar aos mais jovens acesso ao texto literário é garantir a presença de tais elementos – que inauguram a vida – como essenciais para o seu crescimento. Nesse sentido é indispensável a presença da literatura em todos os espaços por onde circula a infância. Todas as atividades que têm a literatura como objeto central serão promovidas para fazer do País uma sociedade leitora. O apoio de todos que assim compreendem a função literária, a proposição é indispensável.

Se é um projeto literário é também uma ação política por sonhar um País mais digno.

Para saber mais, acesse www.brasilliterario.org.br

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Por prazer, não por dever

Artigo de Zuenir Ventura, publicado em O Globo em 01/07/2009.

Os eventos literários como feiras, salões e bienais não vão sozinhos resolver esse problema, evidentemente. Mas associando o livro a um clima festivo (basta ver como as crianças nesses espaços o dessacralizam, transformando-o em brincadeira), eles contribuem pelo menos para mostrar que a leitura pode ser um prazer, mais que um dever.


As feiras de livros são uma saudável febre que está se alastrando pelo país como uma espécie de gripe do bem. São poucas as capitais ou cidades médias — e até pequenas — que não promovem a sua uma vez por ano. Agora mesmo, eu, que sou um feirante tão assíduo quanto Veríssimo, Carlos Heitor Cony e Fernando Moraes, acabo de vir de uma em Ribeirão Preto e já vou para outra em Paraty. A de São Paulo é a segunda maior a céu aberto do Brasil e uma das mais democráticas: é toda de graça; a outra, mais internacional e elitista, cobra ingresso para as palestras e é visitada por 30 mil pessoas. Aquela tem nove anos e esta, sete. Estive na primeira edição das duas, e pude acompanhar a evolução delas.

A de Ribeirão cresceu tanto que hoje é o principal evento cultural da cidade, atraindo em onze dias mais de 400 mil visitantes que se espremeram em 16 mil metros quadrados e entre mais de 70 estandes de livros. Misturando literatura e música, espetáculos e mesas redondas, a 9ª Feira ofereceu ao público cerca de 600 manifestações artísticas. De autores, compareceram Thiago de Melo, Moacyr Scliar, Milton Hatoum, Marina Colasanti, Laurentino Gomes, Marçal Aquino, José Miguel Wisnik, Muniz Sodré e mais cem outros.

À noite, de 20 mil a 30 mil pessoas se aglomeravam na praça principal para assistir aos shows. Foram 60 — de Paulinho da Viola, Adriana Calcanhoto, João Bosco, Toquinho e MPB-4, Vanessa da Mata, Maria Rita, Lenine, entre outros. No gênero, é certamente a maior oferta de atrações extraliterárias que existe. Conhecida até agora pela monocultura da cana de açúcar, Ribeirão Preto periga tornar-se famosa pela cultura dos livros.

Em um levantamento que acaba de realizar sobre os maiores eventos literários do país, a revista Exame concluiu que o mercado editorial e o número de leitores vêm crescendo. Em 2000 eram 26 milhões e já em 2007, mais de 60 milhões. Apesar do crescimento, porém, o Brasil ainda lê pouco, menos até do que a Colômbia, por exemplo, onde cada pessoa lê 2,4 livros não didáticos por ano, enquanto no Brasil apenas um pouco mais de um livro (1,3) é lido por pessoa. Nos EUA, o índice chega a 5,1 e na França, a invejáveis 7 exemplares.

Os eventos literários como feiras, salões e bienais não vão sozinhos resolver esse problema, evidentemente. Mas associando o livro a um clima festivo (basta ver como as crianças nesses espaços o dessacralizam, transformando-o em brincadeira), eles contribuem pelo menos para mostrar que a leitura pode ser um prazer, mais que um dever.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Dicas culturais

Apresentamos algumas sugestões da programação cultural gratuita que a cidade de São Paulo oferece. Aproveite!


Teatro


O conto do reino distante
Texto: Simoni Boer. Concepção: Ana Luísa Lacombe. Direção: Paulo Rogério Lopes. Com: Ana Luísa Lacombe e Camila Bellodi. Duração: 50 min. Não recomendado para menores de 5 anos.
O Reino Distante aguarda o nascimento de um herdeiro, mas o bebê é trancafiado numa torre e só tem as formigas como companhia.
Quando: Domingo às 15h30. Até 29/07. Retirar ingresso com 1 hora de antecedência.
Onde: SESC Santana - Teatro - Av. Luiz Dumont Villares, 579 - Santana. Tel.: 2971-8700.

No papel da vítima
Texto: Irmãos Presnyakov. Direção: Ariela Goldmann. Com: Turma 50 da Escola de Arte Dramática da ECA/USP. Duração: 90 min. Não recomendado para menores de 14 anos.
Esta comédia dos dramaturgos russos acompanha as experiências de um rapaz que ganha a vida fazendo o papel de vítima em reconstituições de crimes.
Quando: Quarta-feira a sábado às 21h; Domingo às 20h. Estreia 08/07. Até 02/08. Retirar ingresso com 1 hora de antecedência.
Onde: Teatro Laboratório ECA - Av. Prof. Luciano Gualberto, trav. J, 215 - Cidade Universitária. Tel.: 3091-4376.



Shows


Ed Motta e Guilherme Ribeiro

O pianista Guilherme Ribeiro faz o concerto de abertura na retomada do projeto Piano na Praça, cuja principal atração desta vez é o músico Ed Motta.
Quando: 04/07 (sábado) às 15h. 60 min.
Onde: Pça. Dom José Gaspar - República. Tel.: 3397-0160.



Dança


Jam de Dança
Neste mês, participam do projeto a pesquisadora em dança e cultura popular Andrea Soares e os músicos Mateus Prado e Cristiano Meireles, que convidam a um diálogo corporal com as danças populares.
Quando: Terça-feira às 12h. Até 28/07. 90 min.
Onde: Centro Cultural São Paulo - Espaço Flávio Império - R. Vergueiro, 1000 - Liberdade. Tel.: 3397-4002.



Concertos



Música em cena

Sob a regência de João Carlos Martins, a Orquestra Bachiana Jovem participa do projeto Música em cena. O programa terá peças de Mascagni, Beethoven, Mozart, Morricone e Piazzolla.
Quando: Domingo às 12h. 60 min. Até dezembro. Retirar ingresso na data de apresentação.
Onde: Centro Cultural FIESP - Teatro SESI São Paulo - Av. Paulista, 1313 - Bela Vista. Tel
.: 3146-7405.



Exposições


Ícone e memória
A exposição revê os 96 anos de história do Teatro Municipal por meio de painéis explicativos, fotos de artistas, maquetes de cenários e adereços.
Quando: Terça-feira a domingo das 10h às 16h30.
Onde: Museu do Teatro Municipal - Pça. Ramos de Azevedo, baixos do Viaduto do Chá - República. Tel.: 3241-3815.

Fotografia em Revista

Com trabalhos fotográficos de Araquém Alcântara, Otto Stupakoff e German Lorca, reúne uma amostra das imagens mais emblemáticas já publicadas em revistas da editora Abril.
Quando: Terça-feira a sexta feira das 10h às 20h; Sábado e domingo das 13h às 17h. Até 12/07. Não recomendado para menores de 16 anos.
Onde: FAAP - R. Alagoas, 903 - Higienópolis. Tel.: 3662-7233.

Amilcar de Castro e Willys de Castro
Com a curadoria de Lorenzo Mammi, estão expostos 340 objetos, entre estudos de logotipos, revistas, maquetes e vestidos, além de pinturas e esculturas produzidos pelos dois artistas.
Quando: Terça-feira a sábado das 10h às 18h; Domingo das 12h às 17h. Até 02/08.
Onde: Instituto de Arte Contemporânea (IAC) - R. Maria Antônia, 258 - Vila Buarque. Tel.: 3255-2009.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Dica de leitura

Em Travessuras da menina má, de Mario Vargas Llosa, o peruano Ricardo vê realizado, ainda jovem, o sonho que sempre alimentou - o de viver em Paris. O reencontro com um amor da adolescência o trará de volta à realidade. Lily - inconformista, aventureira e pragmática - o arrastará para fora do pequeno mundo de suas ambições. Ricardo e Lily - ela sempre mudando de nome e de marido - se reencontram várias vezes ao longo da vida, em diferentes cidades do mundo que foram cenários de momentos emblemáticos da História contemporânea. Na Paris revolucionária dos anos 60; na Londres das drogas, da cultura hippie e do amor livre dos anos 70; na Tóquio dos grandes mafiosos dos anos 80; e na Madri em transição política dos anos 90. Assim, ao mesmo tempo em que conta a história de um amor arrebatador, o livro traça um quadro vigoroso das transformações sociais européias e convulsões políticas da América Latina. Muitas das experiências de vida de Vargas Llosa aparecem aqui, por meio de seus personagens - os tempos de penúria em Paris, seu trabalho como tradutor, sua simpatia pela revolução cubana e a ligação permanente com seu país de origem, o Peru. Criando uma tensão entre o cômico e o trágico, numa narrativa ágil, vigorosa e terna, que conduz o leitor nesta dança de encontros e desencontros, Mario Vargas Llosa joga com a realidade e a ficção para contar uma história em que o amor se mostra indefinível, senhor de mil faces, como a menina deliciosa e má.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Contação de histórias

Durante o mês de junho, os funcionários da Biblioteca Paulo Leminski realizaram várias contações de histórias tendo como tema as festas juninas.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Dica de leitura

Em Desvarios no Brooklin (Paul Auster), Nathan Glass está prestes a completar sessenta anos, doente, aposentado compulsoriamente e recém-separado, só quer achar um lugar tranquilo para morrer. O reencontro com seu sobrinho, porém, lança Glass e sua família numa história repleta de reviravoltas e aventuras, que trazem a marca de Paul Auster, um dos grandes escritores americanos da atualidade.