sexta-feira, 29 de maio de 2009

Sonhos e bibliotecas

Nos anos 30 do último século, um grupo de intelectuais, liderado por Mário de Andrade, sonhou um projeto cultural de envergadura para a cidade de São Paulo: a criação de bibliotecas públicas, abertas à população em geral, em vários pontos da cidade. A iniciativa foi – e, poderá continuar sendo, se retomada em termos contemporâneos – contribuição fundamental à luta contra o analfabetismo e o iletrismo que, lastimavelmente, marcam ainda hoje nossa cena educacional e cultural.

Reconhecendo a importância de formar leitores, ou seja, o papel educativo, cultural e socializador das bibliotecas, o grupo, além das dirigidas para adultos, idealizou também a criação de uma rede voltada especificamente para crianças e jovens, das quais a Biblioteca Infanto-Juvenil Monteiro Lobato, criada em 1935, foi a primeira.

Tal movimento desembocou na criação da maior e mais complexa rede de bibliotecas públicas do País, cujo apogeu durou desses anos iniciais até os 60, quando a massificação começa a se impor como padrão dominante das políticas públicas de educação e cultura no País. A partir dos anos 70 esse formidável patrimônio cultural perde o rumo e até hoje, infelizmente, não conseguiu se refazer nem sequer compreender o que lhe aconteceu e está acontecendo.

Quem, por exemplo, freqüentou a Biblioteca Monteiro Lobato em seu período áureo, encontrou ali um ambiente estimulante e vivo, onde era possível estar em contato com acervos diversificados e atualizados de periódicos e livros, alguns, inclusive, em línguas estrangeiras. Além de importante centro irradiador, a biblioteca “dos modernistas” era local de intensa produção e intercâmbio simbólicos, de interações de importância essencial à inscrição dos seus freqüentadores nas tramas da criação cultural.

Na Monteiro Lobato, além das atividades fundamentais de leitura, da Hora do Conto, havia oficinas permanentes de criação literária, de artes plásticas, de confecção de jornais; havia, também, cotidianamente, encenações teatrais, debates, palestras, encontros com autores e muitas coisas mais. O jornal A Voz da Infância fez história, na biblioteca. Muitas cabeças boas, que produziram e até hoje produzem informação e cultura no País, publicaram seus primeiros escritos ali.

Da mesma forma, criações teatrais do Teatro da Biblioteca Monteiro Lobato (Timol) emocionaram e fizeram pensar milhares de crianças. Um ator e diretor hoje conhecido de todos, Marcos Caruso, não só se formou nesse grupo, como, depois de adulto, dirigiu-o por bastante tempo. Contemporânea da primeira biblioteca infantil criada em Paris, em 1925, a Biblioteca Monteiro Lobato era motivo de orgulho especial para aqueles que tinham oportunidade de freqüentá-la. Suas realizações, suas dinâmicas, aliadas à imponência do novo prédio que até hoje resiste, implantado nos anos 50 no Centro de São Paulo, apontavam não só para a memória cultural da produção infanto-juvenil, mas para o presente e o futuro. A Monteiro Lobato alimentava esperanças. A partir dela, podíamos vislumbrar cidadãos capazes de tomar os destinos do País nas mãos.

Apropriação ou expropriação

Exemplo como esse nos permite chamar a atenção para a diferença existente entre um mero depósito de livros e um ambiente efetivo de conhecimento e cultura. Aqueles que tiveram a oportunidade de freqüentar a Lobato sabem que existem diferenças fundamentais entre políticas públicas de democratização e políticas de massificação cultural, entre práticas de apropriação e práticas de expropriação simbólica, vigentes entre nós desde a colonização. As primeiras acolhem, abraçam, abrem espaço, incentivam as trocas, o livre-intercâmbio de idéias; as segundas banem, afugentam, excluem.

Para superar condições de mero entreposto e tornar-se espaço de cultura vivo, dinâmico, atrativo, a biblioteca não pode simplesmente existir, entregando ao acaso sua dinamização. É preciso atuar, agir, criar metodologias e estratégias compatíveis com projetos históricos empenhados em reverter o quadro de exclusão que sempre marcou a vida nacional; é preciso combinar opções de políticas públicas inclusivas com práticas culturais da mesma natureza, criando-se uma dinâmica entre macro e micro ações visando à participação e inclusão de todos nos processos de conhecimento e cultura.

Ao mesmo tempo que uma biblioteca contemporânea deve ser aberta a novos leitores (e também aos não leitores), é indispensável concebê-la, também, como plataforma de lançamento, ponto de acesso dos diferentes públicos a circuitos culturais amplos e diversificados. As bibliotecas devem ser como as estações, ou seja, pontos de chegada e de partida em direção aos demais dispositivos culturais da cidade, do País, do mundo. Em suma, trata-se de inserir os sujeitos não apenas na biblioteca, mas nas ricas e intrincadas tramas simbólicas de nosso tempo.

A qualidade e o compromisso público dos que nela trabalham também são elementos centrais nas políticas de apropriação cultural. Sem compreensão do papel fundamental que exercem, sem formação de base e continuada, compatível com tal compreensão, sem interesse efetivo pelos bens simbólicos, dificilmente esses profissionais serão percebidos ou se perceberão como protagonistas culturais. Não há, pois, como deixar de considerar a qualidade essencial dos mediadores. Em última análise, é no “aqui e agora” do concreto que os atos culturais ganham sentido. Mediadores desmotivados, despreparados, desinteressados, alheios às questões culturais gerais, bem como às dinâmicas singulares de seu universo imediato, não estão em condições de atender às exigências feitas por projetos destinados a reverter os caminhos excludentes da cultura no País.

Elo com a comunidade

O compromisso com uma biblioteca ativa, inventiva e participativa implica também criação de vínculos fortes com o meio em que ela se encontra. Nesse sentido, torna-se necessário não só levar a biblioteca à comunidade, mas também trazer essa e sua memória, suas histórias, suas realizações significativas para dentro da biblioteca. Uma instituição distante não cria elos fortes e duradouros com seu público.

É preciso transitar pela cultura local, da mesma forma que pela universal. É preciso buscar e coletar a memória da comunidade, registrá-la, dar-lhe forma e sentido, recriá-la, disponibilizá-la sob diferentes formas, como exposições, boletins, livros e álbuns fotográficos, tal como faz a Estação Memória, projeto criado por nós, na USP, e implantado na Biblioteca Infanto-Juvenil Álvaro Guerra, no bairro de Pinheiros, em São Paulo. A atenção voltada à cultura local é contraponto necessário aos processos de globalização, num movimento dinâmico e essencial de interpenetração entre o próximo e o distante, o aqui e o lá, o “nosso” e o “do outro”.

A biblioteca contemporânea não pode aceitar o papel de entreposto de signos que as políticas e práticas de expropriação cultural sempre adotaram e continuam adotando. Deve, antes, estar antenada com as exigências de seu tempo e momento, tal como preconizou, em sua época, o grupo de intelectuais ligado a Mário de Andrade.

Assim consideradas, as bibliotecas herdadas dos “modernistas” poderão ser redimensionadas, desempenhando novamente o papel cultural essencial do passado. Não serão, em tais condições, dispositivos restritos a pequenos grupos, pertencentes em geral às elites econômicas ou intelectuais. Serão, como em várias partes do mundo e ao alcance de todos, recursos essenciais de participação na cultura. Nossos modernistas, com certeza, estarão felizes se tivermos a capacidade de reativar sonhos de inteligência e beleza na vida do País.

Edmir Perroti, autor do artigo, é professor da Escola de Comunicação e Artes da USP.
Texto publicado em Carta na Escola em 09/06/2008

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Sarau Vinícius de Moraes para crianças

No dia 27 de maio aconteceu o sarau Vinícius de Moraes para crianças na Biblioteca. Com apresentação de poesias e números musicais organizados pelos funcionários da biblioteca, o sarau contou com a participação das crianças da EMEI CEU Pq. Veredas e da comunidade.









terça-feira, 26 de maio de 2009

Assim foi falado...

"O acesso à cultura, assim, não consiste apenas em mais pessoas visitarem museus ou assistirem a peças ou filmes. Ele significa mais pessoas terem uma experiência intensa de ampliação de perspectivas pelo contato com o que é diferente. Dançar, para um pé de pau; ver um quadro, para quem nunca apreciou o jogo das cores; ler, para quem jamais desfrutou um livro, podem ser revolucionários. A questão não é quantitativa, meramente numérica. É de um valor que se agrega, sim, mas que consiste em qualidade. E essa qualidade se resume numa palavra: maior liberdade. A cultura liberta; traz mais opções a quem a vivencia."

Renato Janine Ribeiro.

Leia a íntegra do artigo em: www.democratizacaocultural.com.br/Conhecimento/Artigos/Paginas/070712_cultura_transforma.aspx

segunda-feira, 25 de maio de 2009

As buscas via Internet

Estudo realizado pela Universidade de Buenos Aires, na Argentina, mostra como os estudantes procuram informações na rede mundial

Gabriel Pillar Grossi, de La Plata, Argentina

A tecnologia está cada vez mais presente na vida de todos. Tanto é assim que pela primeira vez na história o Pisa (sigla em inglês para Programa Internacional de Avaliação Comparada, a famosa prova realizada com jovens de 15 anos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE) vai incluir, neste mês de maio, um teste para ser respondido com o auxílio do computador. As 27 questões serão aplicadas apenas em 17 países (dos quase 60 que fazem o Pisa), justamente para medir a capacidade de encontrar informações e construir conhecimento utilizando a rede mundial.

No entanto, o uso de computadores na escola ainda não está tão disseminado em nosso país (e em muitos de nossos vizinhos). Pesquisa divulgada no mês passado mostrou que 63% dos estudantes brasileiros dizem que o lugar mais habitual para acessar a internet é a escola. Porém, esses mesmos jovens afirmam que metade dos professores não utiliza nem recomenda a rede. E apenas um em cada dez entrevistados aprendeu a usar a ferramenta com um educador.

Cientes dessa falta de familiaridade dos professores com a internet, pesquisadores da Universidade de Buenos Aires vêm se dedicando a entender como os alunos buscam informações na rede. "Muita gente acha que, pelo fato de terem mais acesso às máquinas desde cedo, as crianças sabem tudo o que precisam fazer, o que não é verdade", destaca Flora Perelman, a coordenadora do estudo, que foi apresentado em março durante as Jornadas 30 Anos de Leitura e Escrita na América Latina, em La Plata. "Temos um papel fundamental na hora de ajudar essa turma a usar as novas tecnologias."

O estudo, feito com alunos do equivalente ao nosso 7º ano em 400 escolas da província de Buenos Aires, indica que há cinco pontos essenciais a considerar antes de colocar a garotada na frente da tela: compreender que a busca na rede é uma prática social de leitura, tomar consciência de que a máquina deve ser usada ao nosso favor, aprender a escolher os sites que têm o que se quer procurar, saber selecionar informações confiáveis e entender o peso da imagem no processo.

O que o aluno deve buscar na rede, onde e como

O primeiro problema que se coloca para os estudantes ao pesquisar na internet é onde encontrar o que se quer. Em geral, acessam um site de busca (tipo Google) e digitam uma ou mais palavras. Há três comportamentos padrão. Quando quer apenas se divertir, o jovem clica no primeiro resultado de busca e vai para o novo site. Na hora de buscar conhecimento geral, ele clica em no máximo dois sites, até achar o tema em questão. Finalmente, quando tem de localizar algo específico para uma tarefa escolar a complexidade aumenta: o aluno faz a busca, lê o site, tenta avaliar a qualidade dos dados oferecidos e refaz o processo várias vezes, até ter alguma certeza de que os nomes, números e datas conferem. Mas o processo é eficaz? "Isso prova que buscar informação na internet é altamente complexo, é uma prática social de leitura e, portanto, requer auxílio constante do professor", explica Flora Perelman.

Mariana Ornique, também da equipe que realiza o estudo, conta que, quando o professor não orienta o trabalho, o mais comum é a turma digitar qualquer coisa na tela, sem pensar muito. "Só que a página de busca não é capaz de interpretar nada." Por isso é fundamental discutir o que exatamente se quer encontrar - antes de clicar. Em outras palavras, é preciso levar os alunos a entender a diferença entre pedir informação a alguém e à máquina. Só assim a tecnologia é usada a favor do usuário e da aprendizagem.

Na hora de escolher, confiança é a chave

O terceiro passo é aprender a selecionar os sites "Na dúvida, as crianças muitas vezes optam por um ‘.org’ ou ‘.gov’, porque acreditam que páginas não-comerciais têm mais credibilidade", afirma outra pesquisadora, Vanina Estévez. "Será? Duvidar das informações é essencial e é preciso ensinar a turma a fazer isso." Segundo a pesquisa, os jovens acreditam muito na objetividade dos fatos históricos. Mas é essencial que eles compreendam que qualquer ponto de vista carrega consigo uma certa parcialidade - conhecimento, aliás, que deve ser explorado também em atividades sem o computador. Daí a importância de saber selecionar as informações confiáveis (a quarta conclusão do estudo). Afinal, nem tudo o que está disponível na internet é verdadeiro.

Como, então, levar a turma até dados confiáveis? "Essa é a questão quando se trata de explorar a tecnologia na escola", diz a pesquisadora Emilia Ferreiro, conhecida por seus estudos em alfabetização, mas que coordena trabalhos sobre o uso do computador em classe. "Quando alguém nos pergunta algo, imediatamente pensamos para que essa pessoa quer saber isso, aonde quer chegar. E a máquina não faz isso. Nenhum site de busca consegue interpretar como nós fazemos."

A força das imagens e como não se enganar

Finalmente, María Rosa Bivort, também da equipe de Buenos Aires, chama a atenção para a importância da imagem na busca via internet. "Numa das tarefas propostas, os alunos tinham de encontrar fotos de imigrantes que vieram da Europa no século 19", conta ela. "Ao colocar palavras-chave nas ferramentas de busca, como ‘navio’ e ‘século 19’, algumas crianças encontraram fotos recentes de embarcações antigas em festas em homenagem aos imigrantes, por exemplo." Isso serviu para os professores explicarem que nem todas as imagens em sépia (aquele tom amarelado que as fotos em preto-e-branco ganham com o tempo) são velhas de verdade, pois esse efeito pode ser obtido hoje justamente graças à informática. Sem falar no próprio visual dos sites - um mais atraente pode "parecer" mais confiável, sobretudo para crianças menores.

Tudo isso só reforça a importância de cruzar informações e checar antes de simplesmente comprar o que aparece na tela. "A confiabilidade é mesmo o aspecto crucial", analisa Emilia Ferreiro. "A grande vantagem é que a máquina nos permite experimentar infinitamente. Podemos voltar, refazer, trocar tudo. E isso não causa nenhum problema ao trabalho, pois ele é 100% reversível. No entanto, precisamos ensinar a interpretar. Pois só assim vamos ajudar os alunos a construir conhecimento de fato."

Publicado em: http://revistaescola.abril.uol.com.br/formacao/formacao-continuada/buscas-via-internet-466998.shtml

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Dicas culturais

Apresentamos algumas sugestões da programação cultural gratuita da cidade de São Paulo. Aproveitem!



Cinema



O filho da noiva
Juan
Jose Campanella (Argentina, 2001). Com: Ricardo Darín, Héctor Alterio, Norma Aleandro e outros. Em crise com seus pais, sua ex-esposa e sua atual namorada, um ataque cardíaco faz com que um homem reencontre um amigo de infância, que o ajuda a reconstruir o passado e ver o presente com outros olhos. Recebeu uma indicação ao Oscar.
Quando: 27/05 (quarta-feira) - 20h
Onde: Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso - Av. Dep. Emílio Carlos, 3.641 - Vila Nova Cacho
eirinha - Tel.: 3984-2466.


Teatro


Zumbi or not Zumbi
Texto: Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal. Direção: Thiago Reis Vasconcelos. Com: Andrews Sanches, Daniela Leite, Fernanda Pires e outros. 80 min. Não recomendado para menores de 14 anos.
A cia. Ant
ropofágica recria o clássico espetáculo "Arena Conta Zumbi" para contar a história de Zumbi dos Palmares e da escravidão no Brasil.
Quando: 28/05 (quinta-feira) - 21h - Retirar ingresso com 30 min. antecedência.
Onde: Espaço Cultural Pyndorama - R. Turiassu, 481 - Perdizes. Tel.: 3871-0373.

Bailado
Tex
to: Flávio de Carvalho. Direção: Roberto Lage. Com: André Grecco, Bruna Capozzoli, Bruno Gonçalves e outros. 60 min. Não recomendado para menores de 14 anos.
O grupo parte da peça "Bailado do Deus Morto" de de alguns textos teóricos do artista. Sem diál
ogos, a montagem também explora suas pinturas e as suas reflexões sobre o homem modeno.
Quando: Quinta-feira a sábado às 20h30; domingo às 19h30. Até 26/07. Retirar ingresso na data da apresentação.
Onde: Centr
o Cultural Fiesp - mezanino - Av. Paulista, 1.313 - Bela Vista. Tel.: 3146-7405.

O C
olecionador de Crepúsculos
Dramaturgia e direção: Vladimir Capella. Com: Selma Egrei, Luiz Damasceno e outros. 90 min. Não recomendado para menores de 10 anos.
Baseado nos contos de Luís da Câmara Cascudo, a peça voltada ao público jovem revela lendas e histórias recolhidas pelo floclorista.
Quando: Sábado e domingo às 16h. Até 05/07.
Retirar ingresso na data da apresentação.
Onde:
Centro Cultural Fiesp - mezanino - Av. Paulista, 1.313 - Bela Vista. Tel.: 3146-7405.


Dança


O Feminino/ Masculino na Dança
Coreografias apresentadas anteriormente serão remontadas: "Lilith", "Irregularidades (Estudos III)" e "Pressa".
Quando: Quinta-feira às 21h. Até 07/06. Retirar ingresso com 1 hora de antecedência. Não recomendado para menores de 12 anos.
Onde: Centro Cultural São Paulo - sala Paulo Emílio Salles Gomes - R. Vergueiro, 1.000 - Liberdade. Tel.: 3397-4002.



Concertos



Banda Sinfônica Jovem do Estado

Mônica Giardini rege a banda no concerto "O Fino da Nossa Música". Ao lado da "Sinfonia Nº 1" de Villani-Côrtes, figuram canções populares de Tom Jobim, entre outras.
Quando: 24/05 (domingo) às 19h. 60 min.
Onde: Memorial da América Latina - auditório Simon Bolívar - Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 - Barra Funda. Tel
.: 3823-4600.



Exposições


Fotografia em Revista

Com trabalhos fotográficos de Araquém Alcântara, Otto Stupakoff e German Lorca, reúne uma amostra das imagens mais emblemáticas já publicadas em revistas da editora Abril.
Quando: Terça-feira a sexta feira das 10h às 20h; Sábado e domingo das 13h às 17h. Até 12/07. Não recomendado para menores de 16 anos.
Onde: FAAP - R. Alagoas, 903 - Higienópolis. Tel.: 3662-7233.

Era uma vez... Arte conta histórias do mundo
Reúne 100 trabalhos de artistas contemporâneos, como Beatriz Milhazes e Luiz Hermano, que remetem ao universo de 4 célebres autores de contos de fadas: Charles Perrault, Hans Christian Andersen e os irmãos Grimm.
Quando: Terça-feira a domingo das 10h às 20h. Até 21/6.
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil - R. Álvares Penteado, 112 - Centro. Tel.: 3113-3651.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Dica de evento

Será realizado no Sesc Ipiranga, em São Paulo (SP), de 26 a 28 de maio, das 19h às 21h30, o seminário Cariri, Ser Tão Educativo - Encontros sobre Educação Não Formal, Desenvolvimento Local e Inclusão Social. O objetivo deste ciclo de debates é discutir o papel da cultura na construção da cidadania e na elaboração de estratégias para o desenvolvimento local. Haverá relatos de experiências socioculturais da região do Cariri e da cidade de São Paulo e a participação de pesquisadores, artistas, gestores e estudiosos que se destacam pela excelência das reflexões acerca do tema. O Sesc fica na Rua Bom Pastor, 822. As inscrições podem ser feitas no site www.sescsp.org.br

terça-feira, 19 de maio de 2009

Dica de leitura

Alfabetização Cultural - a luta íntima por uma nova humanidade traz ao público oito processos culturais coletivos ilustrados com mais de 600 fotos, revelando através de imagens inéditas e narrativas do convívio do autor com o povo Pataxó, com os camponeses do Movimento Sem Terra e ainda com comunidades da periferia urbana, os conceitos que movimentam a busca cultural por uma pedagogia de autodeterminação. Afirma a necessidade de revolucionar a concepção de alfabetização, reconhecendo e integrando todas as inteligências e linguagens sensoriais de nosso corpo-pensante para formar uma cultura de solidariedade, diálogo e cooperação.

Importante material para os educadores, arte-educadores, pedagogos e cientistas sociais, este livro não se restringe somente a eles, como o próprio autor nos lembra "...o ser humano educa e forma, mesmo sem o propósito ou desejo. Participamos o tempo inteiro na formação ou deformação de nossa humanidade."

Em Alfabetização Cultural há uma pedagogia em construção, que propõe as artes como meios essenciais de leitura de si próprio para nos reescrever coletivamente, isso sem que reproduzamos, inconscientemente, as histórias e relações autoritárias que nos formaram, para humanizar e democratizar nossos quartos, cozinhas, salas de aula, espaços de trabalho e lazer.

Sem tal cultura, como criaremos e implementaremos uma política participativa ou uma economia solidária? Como transformaremos a amnésia, a violência, o medo e a apatia gerados pelo neoliberalismo? Isso é tarefa individual ou de toda a sociedade?

Dan Baron Cohen nasceu em Londres, em 1957. Formou-se em Literatura Inglesa com pós-graduação em Teatro Político pela Universidade de Oxford. Vivendo há seis anos no Brasil -- país do mestre Paulo Freire, muito presente na metodologia de Baron --, colabora com as comunidades sem terra, indígena, sindical e universitária na formação de educadores comunitários e arteducadores.

Texto publicado em www.cartamaior.com.br

Frase que rola por aí

O livro representa um avanço fantástico na tecnologia. Não tem fios, circuitos elétricos, pilhas. Não necessita ser conectado a nada nem ligado. É tão fácil de usar que até uma criança pode operá-lo. Basta abri-lo! Ele nunca dá "pau" nem precisa ser reiniciado.

Frase que circula pela Internet.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Toca Raul!

No dia 29 de abril aconteceu o Sarau Raul Rock Seixas na Biblioteca, com apresentações de fatos da vida do compositor, textos de sua autoria e músicas executadas por alunos do Projeto Guri e por outros presentes ao evento. Paralelamente, ocorre uma exposição na Biblioteca constituída por relatos da carreira, capas de discos, clipes musicais e matérias de revistas e jornais que trazem informações sobre um dos maiores roqueiros do Brasil.

Parte dos público participante do sarau


Alunos do Projeto Guri que apresentaram músicas de Raul Seixas


Algumas capas de discos de Raul Seixas

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Retratos da Leitura no Brasil [4]

Continuamos a apresentar alguns dados apresentados pela pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (2008), elaborada pelo Instituto Pró-Livro. Lembramos que a íntegra da pesquisa pode ser obtida no endereço: www.prolivro.org.br/ipl/publier4.0/dados/anexos/48.pdf.

Principais formas de acesso aos livros
(Respondida somente por leitores)



Note-se o peso considerável atribuído às bibliotecas. Ou seja, quanto mais bibliotecas e quanto mais livros nas bibliotecas, mais leitores. Na faixa etária de 5 a 10 anos, 49% dos leitores disseram que a principal forma de acesso aos livros é por meio de bibliotecas. Para a faixa etária de 11 a 13 anos, esse número sobe para 53%. Justamente na fase que se forma o leitor, a biblioteca desempenha um papel fundamental. Qualquer política pública que pretenda efetivamente propiciar a formação de leitores deve considerar a criação de bibliotecas e o investimento na atualização dos acervos das já existentes.

Conhecimento da existência de uma biblioteca próxima
(Pergunta feita a todos os entrevistados)
  • 3 em cada 4 brasileiros não vão a bibliotecas.
  • Leitores frequentam bibliotecas basicamente durante a vida escolar.
  • Apenas 1 em cada 4 estudantes frequenta biblioteca pública municipal.
Como as bibliotecas são avaliadas
(Pergunta feita a todos os entrevistados)


  • Mais da metade dos frequentadores são crianças e adolescentes.
  • 20% dos leitores dizem que não vão a bibliotecas por causa de problemas que elas apresentam.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Retratos da Leitura no Brasil [3]

Continuamos a apresentar alguns dados apresentados pela pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (2008), elaborada pelo Instituto Pró-Livro. Lembramos que a íntegra da pesquisa pode ser obtida no endereço: www.prolivro.org.br/ipl/publier4.0/dados/anexos/48.pdf.

Frequência de leitura por tipo de suporte


Motivações dos leitores para ler um livro

(Resposta estimulada em que podia assinalar 3 opções)


Motivações dos leitores para ler um livro (por escolaridade)
(Resposta estimulada em que podia assinalar 3 opções)


Total Até 4ª série do Ens. Fund. 5ª a 8ª série do Ens. Fund. Ensino Médio Ensino Superior
Prazer, gosto ou necessidade espontânea 36% 38% 33% 39% 34%
Atualização cultural/ Conhecimento 14% 8% 13% 19% 18%
Exigência escolar/ acadêmica 24% 35% 30% 12% 13%
Motivos religiosos 9% 11% 9% 11% 4%
Atualização profissional 7% 3% 5% 11% 16%
Exigência do trabalho 5% 1% 4% 6% 12%
Não costuma ler 3% 3% 6% 1% 3%
Não sabe/ não opinou 1% 1% 1% 0% 0%

  • Apesar da obrigatoriedade da leitura nas escolas, é alto o índice de estudantes que dizem ler por prazer ou gosto.
Lugares onde os leitores costumam ler livro
(Resposta estimulada em que podia escolher vária opções)

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Retratos da Leitura no Brasil [2]

Continuamos a apresentar alguns dados apresentados pela pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (2008), elaborada pelo Instituto Pró-Livro. Lembramos que a íntegra da pesquisa pode ser obtida no endereço: www.prolivro.org.br/ipl/publier4.0/dados/anexos/48.pdf.

O QUE OS BRASILEIROS ESTÃO LENDO

















Atente para o grande número de livros indicados pela escola e para o crescimento das mídias eletrônicas.

GÊNEROS MAIS LIDOS PELOS LEITORES
(resposta estimulada em que o leitor podia escolher mais de uma opção)

Bíblia 45%
Livros didáticos 34%
Romance 32%
Literatura infantil 31%
Poesia 28%
História em quadrinhos 27%
Livros religiosos 27%
História, política e ciências sociais 23%
Contos 20%
Enciclopédias e dicionários 17%
Literatura juvenil 15%
Biografias 14%
Auto-ajuda 13%
Cozinha/artesanato/assuntos práticos 12%
Livros técnicos 12%
Artes 10%
Ensaios, Ciências e Humanidades 7%
Esoterismo (ocultismo) 4%
Outros 3%
Nenhum destes 3%


ESCRITORES BRASILEIROS MAIS ADMIRADOS PELOS LEITORES
(Resposta espontânea e com uma única opção)

1) Monteiro Lobato
2) Paulo Coelho
3) Jorge Amado
4) Machado de Assis
5) Vinícius de Moraes
6) Cecília Meireles
7) Carlos Drummond de Andrade
8) Érico Veríssimo
9) José de Alencar
10) Maurício de Souza
11) Mário Quintana
12) Ruth Rocha
13) Zibia Gasparetto
14) Manuel Bandeira
15) Ziraldo
16) Chico Xavier
17) Augusto Cury
18) Ariano Suassuna
19) Paulo Freire
20) Edir Macedo
21) Castro Alves
22) Graciliano Ramos
23) Rachel de Queiroz
24) Luis Fernando Veríssimo
25) Clarice Lispector
  • 51% dos leitores (48,5 milhões) souberam dizer o nome do autor que admiram.
  • Os 4 mais votados receberam quase metade das indicações.
LIVROS MAIS IMPORTANTES NA VIDA DOS LEITORES
(Resposta espontânea e com uma única opção)

1) Bíblia
2) O Sítio do Picapau Amarelo
3) Chapeuzinho Vermelho
4) Harry Potter
5) Pequeno Príncipe
6) Os Três Porquinhos
7) Dom Casmurro
8) A Branca de Neve
9) Violetas na janela
10) O alquimista
11) Cinderela
12) Código Da Vinci
13) Iracema
14) Capitães de areia
15) Ninguém é de ninguém
16) O menino maluquinho
17) A escrava Isaura
18) Romeu e Julieta
19) Poliana
20) Gabriela cravo e canela
21) Pinóquio
22) Bom dia Espírito Santo
23) A moreninha
24) Primo Basílio
25) Peter Pan
26) Vidas secas
27) Carandiru
28) O segredo
29) A ilha perdida
30) Meu pé de laranja lima
  • 59% dos leitores (56,2 milhões) souberam citar o livro mais marcante.
  • O número de citações da Bíblia é 10 vezes maior que a do 2º colocado.


terça-feira, 5 de maio de 2009

Retratos da Leitura no Brasil [1]

A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, promovida pelo Instituto Pró-Livro, em sua segunda edição (2008) revela informações significantes sobre a relação dos brasileiros com o livro. É de fundamental importância para os gestores de políticas culturais em todas as esferas de governo, para editores e mediadores da leitura (bibliotecários e educadores sobretudo). Apresentaremos alguns dados da pesquisa. A íntegra pode se obtida no endereço www.prolivro.org.br/ipl/publier4.0/dados/anexos/48.pdf.

QUEM SÃO OS LEITORES DE LIVROS NO BRASIL
  • 95,6 milhões (55% da população estudada) declaram ter lido pelo menos 1 livro nos últimos 3 meses (outros 6 milhões leram em meses anteriores e não foram computados).
  • 47,4 milhões (50%) dos leitores são estudantes que leem livros indicados pelas escolas (inclusive didáticos).
  • 6,9 milhões (7%) dos leitores estavam lendo a Bíblia.
  • Um terço dos leitores afirma ler frequentemente.
Percebe-se que a escola é a grande promotora da leitura. E, portanto, é fundamental que saiba como promovê-la de forma prazerosa. É preciso que os professores sejam habilitados para o trabalho com a leitura, assim como a participação de outros mediadores no ambiente escolar e a existência de bibliotecas escolares bem equipadas.
A finalidade religiosa, sobretudo com o crescimento das igrejas evangélicas, tem incrementado a leitura, propiciando um maior domínio das habilidades requeridas e, até, uma maior procura pelos cursos
de educação de jovens e adultos.

LEITORES E ESCOLARIDADE

São leitores:
  • 9% dos que têm até a 4ª série do Ensino Fundamental
  • 27% dos que têm de 5ª a 8ª série do Ensino Fundamental
  • 37% dos que têm Ensino Médio
  • 55% dos que têm Ensino Superior
Pode-se constatar o que já se desconfiava: quanto maior a escolaridade, maior o índice de leitor.

O QUE OS BRASILEIROS GOSTAM DE FAZER EM SEU TEMPO LIVRE
(Respostas estimuladas em que podia escolher várias opções)






Vale-cultura

O ministro da Cultura, Juca Ferreira, declarou que a proposta de implantação do vale-cultura foi separada do projeto que modifica a Lei Rouanet e enviado como projeto de lei ao Congresso, na expectativa de que seja aprovada em regime de urgência.

O vale-cultura é um bônus no valor de R$ 50 que será fornecido mensalmente a trabalhadores com carteira assinada. O trabalhador vai pagar 20% e o restante será dividido entre a empresa e o governo por meio de um sistema de dedução. Poderá beneficiar cerca de 16 milhões de brasileiros que poderão escolher entre consumir um livro, ver uma peça de teatro, ir ao cinema, comprar um DVD.

O intuito é aumentar o consumo cultural brasileiro. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apenas 13% dos brasileiros freqüentam cinema uma vez por ano, 82% não possuem computador em casa e 70% não acessam internet. Além disso, 90% dos municípios não possuem salas de cinema, teatro, museus ou espaços culturais.

segunda-feira, 4 de maio de 2009