sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Educar, um ato de amor

Por Tia Dag (Presidente da Casa do Zezinho)


Se me perguntarem por que faço tudo o que eu faço, por que trabalho como uma louca, direi sem pestanejar que é por amor. Trabalho por amor. Educação é amor. Toda a minha vida, privada ou pública, familiar ou profissional, só vale proporcionalmente ao amor que nela coloquei ou encontrei. Educar para mim não se restringe a um dever. Educo por amor. Ao amor não damos ordens, não podemos comandá-lo. Quanto mais colocamos amor no ato de educar, menos ele se torna uma obrigação.

Como poderia escolher entre os meus vários amores, ainda que entre vários desejos diferentes, minhas netas, meu filho, meu marido, minha equipe de trabalho, as crianças e os jovens – em função deles? Enquanto o dever de ensinar é para mim uma obrigação, o amor de ensinar é a plena liberdade. É claro que dever e amor se complementam. Ambos são necessários. O amor é o próprio bem, já o dever é uma imposição da nossa consciência.

O ato de amor de educar é dar-se a si mesma. Que mãe alimenta o filho por dever? O ato generoso de escutar uma criança, de sentir seus medos e sonhos, faz do educador um privilegiado. Parar a aula, parar o pensamento para dar atenção a um pequenininho é essencial como escutar o barulho da folha caindo. O educador que conquista o silêncio amoroso com seus alunos atinge o amor quieto. Não precisará mais gritar. A sedução, o encanto, o despertar da natureza de cada aluno são o ato de amizade que a educação oferece. Amar uma criança é praticar de bom grado todos os meus deveres de educadora para com ela.

Você não pode dizer que devemos fazer alguma coisa pelas crianças pobres, porque o mandamento de que devemos é em si contraditório.
O amor não é um mandamento, é um ideal que nos guia e nos ilumina.



Feliz Natal e Um Próspero Ano Novo!



Biblioteca Paulo Leminski

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